Multidões acorrem nesta quinta-feira para o centro do Cairo, bloqueando as estradas em volta da sede da televisão estatal e da simbólica praça Tahrir. É um tenso protesto depois da morte de 74 pessoas, na quarta, na sequência de um violento motim durante um jogo de futebol na cidade de Port Said (Norte do Egipto).
Os manifestantes acusam a polícia de incompetência e até mesmo de ter provocado os confrontos. Está planeada uma marcha durante a tarde em direcção ao Ministério do Interior, com adeptos do futebol e políticos de diferentes facções no país a apontarem responsabilidades ao Conselho Militar (no poder) por aquele que é o mais mortal incidente no Egipto desde a queda do regime de Hosni Mubarak, em 2011.
Junto à principal estação de comboios do Cairo, milhares de pessoas aguardam a chegada de familiares e amigos, que tinham ido a Port Said para o jogo entre o Al-Masry, daquela cidade do Norte do país, e o Al-Ahly, equipa da capital treinada pelo português Manuel José. Muitos gritavam “abaixo com o regime militar” quando os comboios começaram a ser retirados os corpos de algumas das vítimas do motim.
Reuniões de emergência estão em curso tanto pelo Governo como pelo Parlamento, de onde saiu já a demissão do director de segurança de Port Said, Essam Samak, e foram declarados três dias de luto nacional em honra das vítimas. Todos os jogos da Primeira Liga egípcia de futebol foram suspensos indefinidamente.
Fonte: Publico