Sem cerimónias, o ex-seleccionador, artífice do domínio angolano no escalão maior da bola ao cesto africana, pois contribuiu com a conquista de três títulos consecutivos, em 1989, 1991 e 1993, grita, gesticula e chama a atenção dos jogadores para erros destes no posicionamento táctico e na má execução de procedimentos técnicos.
À semelhança da partida de sábado diante do Senegal, em que o “cinco” nacional perdeu 10 anos depois numa fase preliminar de um Afrobasket, ontem, o técnico angolano não fugiu à regra. Incentivos e nalguns momentos repreensão, têm sido a imagem de marca do obreiro da caminhada triunfante de Angola em 16 anos de presenças em provas africanas de séniores masculinos.
No encontro frente aos senegaleses, os bases Milton Barros e Armando Costa, juntamente com os extremos Leonel Paulo e Carlos Morais e os postes Felizardo Ambrósio e Joaquim Gomes “Kikas”, capitão do grupo, foram os principais alvos de Vitorino Cunha.
Em som demasiado audível, eis o teor de algumas chamadas de atenção do veterano treinador: “Armando, atenção ao deslizamento defensivo; vamos, põe as mãos para roubar a bola; Milton, isso não se faz, tens de ter calma e circular melhor a bola. Vamos acreditar, vamos”.
Nas sessões de treino, sobretudo na que antecedeu o duelo desta noite entre Angola e Marrocos, Vitorino Cunha não se coibiu de repreender os atletas na presença do presidente e do vice-presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), Gustavo da Conceição e Jean-Jacques da Conceição, respectivamente.
“Oh Jacques, avisa ao treinador que isso que o Simão Santos está a fazer não se faz”, sem qualquer respaldo vindo do seu antigo pupilo, hoje imbuído nas vestes de dirigente. Vitorino Cunha de sua própria voz disse: “Oh Simão, isso são passos. Tens de procurar fazer melhor as coisas no treino”.
Fonte: Jornal de Angola