Falando na abertura do Festival Internacional de Teatro e Artes, Judite Pereira disse que é necessário encontrar alternativas para a exibição teatral, além dos espaços existentes, para dinamizar as artes cénicas.
“O teatro é uma manifestação artística que joga um papel importante na mobilização, sensibilização, formação de consciência e informação da sociedade angolana, pelo que os seus intervenientes devem estar em constante actuação”, disse Judite Pereira. Sublinhou que apesar das dificuldades que travam o desenvolvimento do teatro em Angola, os grupos devem exibir-se nos anfiteatros das escolas.
“Segundo estudos, em Luanda existem mais de 100 grupos. É uma cifra louvável, mas que tende a diminuir por existirem poucas salas e com condições precárias”, disse a vice-governadora.
A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, disse que o teatro está no centro das atenções do seu ministério, por ser um instrumento que contribui para a divulgação e promoção da cultura angolana.
O teatro, sublinhou, “é uma representação das nossas vidas que congrega várias artes, numa dinâmica constante que nos transporta para o imaginário e leva a cultura mais próxima do povo, através da reprodução dos usos e costumes”.
Rosa Cruz e Silva pediu aos escritores para continuarem a escrever com rigor, para o enriquecimento desta disciplina artística. Pediu aos dramaturgos e encenadores para aperfeiçoarem as suas técnicas de trabalho, para que os actores melhorem a sua forma de representar e para garantir o crescimento do teatro na cena nacional.
Njinga Mbande
A sub-directora do grupo Elinga Teatro, Anacleta Pereira, fez ontem à noite a entrega simbólica de uma estatueta, ao director e membro fundador da Companhia de Teatro Horizonte Njinga Mbande, Adelino Caracol, em gesto de reconhecimento deste colectivo “pela perseverança e trabalho”.
José Mena Abrantes, director do Elinga Teatro, disse que a homenagem se justifica pelo facto do grupo que dirige, reconhecer a qualidade do trabalho apresentado pelo Horizonte Njinga Mbande.
O grupo teatral encena regularmente há 26 anos, altura em que foi fundado por Adelino Caracol e Ezequiel Issenguele. “É uma verdadeira companhia de artes que luta contra adversidades em prol do teatro, pois soube firmar-se sempre em busca de melhor qualidade, por ser um dos que mais se preocupa em formar os seus actores”, disse José Mena Abrantes.
O grupo Njinga Mande “é um verdadeiro impulsionador do resgate da cultura tradicional, através das suas peças que permitem compreender e analisar diversos comportamentos da sociedade e propõe temas de discussão, para a formação e educação da juventude”.
Adelino Caracol considerou o gesto uma atitude humilde e uma lição para outros grupos, particularmente para os que estão a dar os primeiros passos. “O reconhecimento de um grupo homólogo torna-nos cada vez mais solidários e satisfeitos com o trabalho que desempenhamos”, disse Adelino Caracol.