A directora do Instituto Nacional da Luta Contra a Sida considera estável a taxa de prevalência do VIH/Sida em Angola e estima que se manterá inferior a três por cento até 2015.
Entrevistada pela Angop na capital italiana (Roma), no âmbito dos trabalhos da VI Conferência sobre Patogénese, Tratamento e Prevenção do VIH, aberta domingo, Dulcelina Serrano socorreu-se de projecções e tendências feitas com base em estudos em populações consideradas vulneráveis, o último dos quais realizado em 2009.
“Neste momento, estamos a trabalhar na realização de um novo estudo que pode determinar as actuais tendências, ou dar-nos uma informação contrária”, esclareceu.
De acordo com a responsável, das pessoas estimadas positivas com base nesta prevalência, Angola tem aproximadamente pouco mais de 220 mil pessoas a viver com o VIH.
Destas, informou, foram diagnosticadas de 1985 até Maio de 2011, pouco mais de 80 mil pessoas, cerca de 60 mil das quais estão em acompanhamento médico e 40 mil em tratamento anti-retroviral.
Incidência baixa
Ainda com base nestas projecções, Dulcelina Serrano estima que o país tem também uma incidência (novos casos) baixa da doença, que ronda uma média de aproximadamente duas mil infecções por ano.
“Estas projecções têm sido comparadas com a informação dos nossos relatórios de rotina que são concordantes”, observou.
A directora do Instituto Nacional da Luta Contra a Sida sublinhou que todo o acompanhamento médico do cidadão infectado, desde o diagnóstico até às fases posteriores, é feito de forma gratuita, ou seja, subsidiado pelo Governo angolano.
Relativamente ao acesso aos anti-retrovirais, Dulcelina Serrano explicou que existe um programa do Fundo Global que prestou o seu apoio até Setembro do ano passado.
Desta data até agora, o país candidatou-se a uma décima ronda, cuja proposta foi aprovada, mas ainda está em fase de negociação para a posterior assinatura do documento final, que vai privilegiar a prevenção da transmissão vertical.
“Todo o resto da população que não seja mulher gestante, portanto, a população geral, está a ser subsidiada pelo Governo. Até Setembro de 2010, tínhamos elegíveis para tratamento aproximadamente 21 mil cidadãos, cobertos pelos fundos do Fundo Global. Cerca de outros 50 por cento, aproximadamente, estavam a ser cobertos pelo Governo”, disse.
O Executivo subsidia desde o tratamento até à realização de exames complementares laboratoriais, de raio x, carga viral, entre outros.
Encontro importante
A directora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, Dulcelina Serrano, reputou de “muito importante” a realização da VI Conferencia IAS 2011 sobre o VIH/Sida.
De acordo com a especialista, o conclave tem como base principal a apresentação de estudos em curso sobre as várias estratégias de combate e prevenção à pandemia.
“As expectativas são promissoras, embora persista alguma controvérsia entre os expositores dos diversos estudos que têm sido desenvolvidos, principalmente a doentes virgens”, esclareceu.
Dulcelina Serrana encontra-se desde domingo em Roma, à frente da delegação angolana que participa na VI Conferência Internacional sobre o VIH/Sida.
Mais de cinco mil delegados, entre cientistas, médicos, pesquisadores e outros especialistas participam no encontro.
O certame tem o seu encerramento previsto para hoje, com a divulgação da “Declaração de Roma”, capital italiana.
Fonte: Jornal de Angola