O Partido Socialista (PS) português, de centro-esquerda, ampliou sua liderança como favorito para ganhar a maioria dos votos em uma eleição geral antecipada em 10 de março, embora ainda esteja longe de uma maioria parlamentar, mostrou uma pesquisa de opinião nesta terça-feira.
Houve também um forte salto nas intenções de voto para o terceiro colocado, o partido de extrema-direita Chega, que poderia ser a chave para a formação de um governo pela direita, de acordo com a pesquisa da Intercampus para os jornais Correio da Manhã e Jornal de Negócios.
O primeiro-ministro socialista António Costa renunciou ao cargo em 7 de novembro devido a uma investigação sobre supostas ilegalidades na condução de vários grandes projetos de investimento pelo seu governo. Costa negou qualquer irregularidade e continua à frente de um governo interino.
O PS, agora liderado pelo ex-ministro de infraestrutura Pedro Nuno Santos, de 46 anos, obteve 26,4% de apoio na pesquisa da Intercampus, acima dos 25,4% de um mês atrás.
A Aliança Democrática, que engloba o principal partido de oposição de centro-direita, o Partido Social Democrata (PSD), o conservador CDS-PP e o partido monarquista, ficou atrás, com 20,8%, embora em dezembro o PSD sozinho tenha obtido 22,5%.
O Chega, que já é a terceira maior força no Parlamento e recentemente moderou sua retórica populista e antiestablishment, saltou de 11,6% para 16,6% de apoio. A Iniciativa Liberal, de direita, obteve 5,4%.
O Bloco de Esquerda e os Comunistas tiveram 7,4% e 3,9%, respectivamente, com a esquerda em geral obtendo 37,7%, atrás da direita em geral, com 42,8%.
O líder do PSD, Luis Montenegro, descartou qualquer forma de dependência do Chega para governar, e muitos analistas dizem que ocorreria um impasse pós-eleitoral sem esse apoio, o que poderia levar a uma nova eleição.
A Intercampus realizou a pesquisa com 637 pessoas de 16 a 20 de janeiro, com uma margem de erro de cerca de 4%.
Por Patrícia Vicente Rua