Os sindicatos propuseram uma paralisação massiva nesta segunda-feira para protestar contra o aumento do preço dos combustíveis no início de janeiro, que provocou filas nos postos e ruptura nos estoques. O Parlamento se reuniu em caráter de urgência neste domingo para discutir a situação e convencer o governo a rever a medida.
O governo destacou centenas de policiais armados para evitar tumultos nas principais cidades do país, onde as filas de espera para abastecer o carro nos postos de gasolina dobravam os quarteirões neste domingo. Preocupados com a falta de combustível, boa parte dos motoristas decidiu encher o tanque do carro e levar para a casa galões de gasolina. Em Lagos, a capital econômica do país, diversos postos, a seco, fecharam as portas neste sábado.
A população também se prepara para a greve geral, e centenas de pessoas decidiram estocar comida, seguindo a recomendação dos sindicatos, que ameaçam organizar uma greve por tempo indeterminado em todo o território a partir desta segunda-feira. O objetivo é pressionar o governo para reestabelecer as subvenções nos preços dos combustíveis.
A extinção dos subsídios acarretou uma alta repetina do preço dos combustíveis. No dia 1 de janeiro, o litro de gasolina passou assim de 0,30 euros para 0,66 euros, gerando protestos em todo o país. A intervenção violenta da polícia, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo e bateu em diversos manifestantes, aumentou ainda mais a revolta. De acordo com os sindicatos, uma pessoa morreu, mas as autoridades do país negam a informação. A Câmara baixa do Parlamento se reuniu neste domingo em caráter de urgência para discutir a situação. Diversos deputados pedem ao governo que cancele a medida. Membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a Nigéria é um dos maiores produtores de petróleo da África.
Cristãos fogem do país
Além do problema da falta de gasolina, a Nigéria foi alvo de ataques do grupo islâmico Boko Haram que deixaram pelo menos 31 mortos nesta quinta e sexta-feira, na fronteira com o Camarões e no sul do país. Centenas de pessoas abandonaram suas casas neste fim de semana. De acordo com o presidente Goodluck Jonathan, o grupo tem simpatizantes e apoio dentro do governo, e alguns integram até mesmo o Parlamento. No Natal, seis ataques deixaram pelo menos 80 mortos. Para o presidente, a violência contra os cristãos são as piores registradas no país desde a guerra civil nos anos 60.
Fonte: RFI
Foto: REUTERS/Akintunde Akinleye