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    Símbolos nacionais expostos na Suécia

    O pequeno espaço de seis metros quadrados que Angola ocupa no stand de exposições da lusofonia está a atrair a curiosidade de inúmeros visitantes que ali vão para saberem como se faz o escutismo nos países que falam português.
    A referida exiguidade foi explorada ao máximo para mostrar símbolos como o pensador, alguns instrumentos musicais e de caça, além de brochuras e exemplares da literatura angolana.
    Dois volumosos livros, contendo colectâneas de fotografias sobre usos, costumes e o dia-a-dia das populações do nosso país completam a modesta exposição, decorada com panos samacaca e bandeiras nacionais.
    A lista de atractivos é completada com tranças enfeitadas de missangas vermelhas, amarelas e pretas, executadas pelas mãos hábeis de Nádia Mesquita e Rosa Guerra, que não têm descanso diante do grande número de pedidos, aos quais podem atender apenas com uma trança por cada solicitante.
    Num dos extremos da mesa expositora há dois balaios que vão tendo, alternadamente, múcua, kitaba, pé de moleque, paracuca, doce de coco e de ginguba. Os kitutes da terra fazem a delícia de jovens e adultos de todas as proveniências, muitos dos quais nunca tinham imaginado que um dia haveriam de provar a polpa do fruto do baobá, ou simplesmente imbondeiro.
    A 22ª edição do Encontro Mundial de Escuteiros, que este ano junta na Suécia mais de 40 mil participantes, arrancou na noite de quarta-feira em clima de festa.

    Mensageiros da paz

    Na sexta-feira, dois representantes de Angola participaram numa conferência sobre a iniciativa “Mensageiros da Paz”, um projecto global que vem crescendo desde há alguns anos e ganhou maior impulso na 39ª Conferência Mundial, realizada em Janeiro de 2011 no Brasil e na qual escuteiros angolanos também participaram.
    Rosa Guerra, dirigente escuteira angolana que participou na reunião de sexta-feira, explicou ao Jornal de Angola que, no acto, o ministro da Educação da Arábia Saudita, príncipe Faisal al Saud, anunciou que o Rei Abdullah, daquela nação do Médio Oriente, aprovou já o financiamento da mesma. “A Arábia Saudita encaminhará fundos para a Fundação Mundial do Escutismo e esta, em coordenação com os escritórios regionais e as associações nacionais, irá financiar iniciativas locais de educação para a paz”, disse. A Fundação Mundial Escutista, cujo Presidente Honorário é o Rei Carl Gustav da Suécia, mobiliza fundos a nível global para esta e outras iniciativas viradas para a promoção da paz.
    A iniciativa “Mensageiros da Paz” envolve actualmente 10 milhões de escuteiros em todo o mundo e o movimento pretende aumentar o número para 20 milhões.O Jamboree, um acampamento mundial que se realiza de quatro em quatro anos, reúne escuteiros com idades entre os 14 e os 17 anos. Escuteiros com idade a partir dos 18 anos participam como membros da Equipa Internacional de Serviços (IST), garantindo apoio organizativo e o funcionamento das infra-estruturas.
    A Suécia foi eleita para albergar este Jamboree em 2005, durante a Conferência Mundial do movimento, realizada na Tunísia. Até ao dia 25 de Julho de 2011 estavam no acampamento 10 mil membros da equipa de serviço que trabalham na instalação, manutenção e serviços de apoio.
    Os restantes 30 mil participantes chegaram ao local nos dias 27 e 28 de Julho.

    Ugandeses chegam à Suécia em bicicleta

    Muitas histórias chamam a atenção e comovem os participantes deste acampamento. Uma delas envolve 12 escuteiros do Uganda que, por falta de possibilidades para custear a viagem até à Suécia, decidiram vir de bicicleta.
    Mathius Lukwago, que esteve envolvido no projecto desde que o mesmo foi concebido em 2009, explica que, durante uma conferência internacional de escuteiros, realizada no seu país naquele ano, ele disse a um visitante que provavelmente o Uganda não estaria representado no Jamboree de 2011 por falta de dinheiro para a viagem. O interlocutor, a brincar, disse que eles podiam pegar em bicicletas e ir. A partir daquela data, Mathius Lugwano e outros escuteiros começaram a pensar seriamente nas possibilidades reais de empreender a aventura. Algumas experiências foram então levadas a cabo como a que permitiu a três escuteiros irem do Uganda ao Quénia participar no Rover Moot (acampamento mundial de caminheiros e no qual participam jovens escuteiros com idades entre os 18 e os 22 anos) em 2010. Naquela ocasião, os aventureiros ugandeses já tinham posto em marcha uma campanha denominada “paz e desenvolvimento sustentável”. O grupo partiu de Kampala no dia 14 de Junho para Nairobi, no Quénia, de onde seguiu de avião para o sul da Itália e dali para a Suécia em bicicleta.
    Para levar a bom termo a sua aventura, os 12 ciclistas contaram com a ajuda de um escuteiro norte-americano que mandou fazer insígnias sobre a odisseia e as vendeu para obter fundos que enviou ao grupo de ugandeses.

    Fonte: Jornal de Angola

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