Angola tem feito um “esforço enorme” para elevar o nome da Comunidade de Paises de Lingua Portuguesa (CPLP) e a sua representação a outros niveis, desde que assumiu a presidência rotativa da organização, em 2010. A apreciação é do seu secretário executivo, Domingos Simões Pereira, em entrevista por ocasião da inauguração, nesta segunda-feira, em Lisboa, da nova sede da CPLP.
Dos vários exemplos, apontou que o Governo angolano acompanhou directamente o processo de eleição do brasileiro José Graziano da Silva como director-geral da FAO, facto que reforçou a presença da CPLP junto da instituição.
Citou ainda a situação reinante na República da Guiné-Bissau. “Nesse capítulo Angola assumiu o problema de forma muito determinada, levando todo o seu contributo para a estabilização do país”, referiu.
A realidade da nova sede da organização e o facto de pugnar por outro tipo de aspirações, frisou, também tem a “mão” de Angola, que com o seu contributo tem ajudado nos vários domínios.
Globalmente, resumiu, seja para a cooperação bilateral e, ou, multilateral, seja na questão da promoção da língua Angola tem sido coerente e prática na disponibilização da sua ajuda.
Por outro lado, Domingos Simão Pereira desejou que nova sede seja a “casa” de todos os cidadãos dos paise membros.
Anunciou a criação de um Centro de Documentação, para que estudantes, governantes, agentes da cultura, homens de negócio, ex-governantes dos estados-membros possam aceder a informação.
“Abrimos esta casa à todos os cidadãos para que nos critiquem, mas também para que tragam o seu esforço na construção dessa comunidade, pois de outra forma não será possivel”, referiu.
Na sequência, informou que é pretensão da organização recrutar quadros entre nacionais da Comunidade, para que trabalham juntos pelo engrandecimento e afirmação da CPLP.
Argumentou que o facto de estarem todas as nacionalidades na organização irá proporcionar conhecimento recíproco.
Relativamente ao processo de adesão da Guiné-Equatorial, expresso várias vezes, disse que o processo está a ser bem conduzido, cabendo a decisão aos Chefes de Estado e de Governo.
De acordo com o responsável, a função do secretariado é reunir todos os elementos e informações necessárias para que a decisão daquela instância seja a mais coerente possível.
Mas, a seu ver, o facto de o país africano ter manifestado interesse e tido a paciência de acompanhar a Comuidadede, durante estes anos, de introduzir a Língua Portuguesa como oficial, bem como a criação de um centro cultural, para as comunidades lusófonas, são sinais inequívocos da vontade de integrar a CPLP.
Referiu que os governantes dos estados da CPLP irão ter isso em conta no momento da decisão.
A CPLP foi criada em 17 de Julho de 1996 por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. No ano de 2002, após conquistar a independência, Timor-Leste foi integrado, com pleno direito.
A organização, presidida actualmente por Angola, persegue a aliança e a amizade entre os povos dos paises signatários. A sua sede fica em Lisboa e o seu actual secretário Executivo é Domingos Simões Pereira, da Guiné-Bissau.
Fonte: Angop