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    Seca aumenta tensão no Cunene

    (Reuters)
    (Reuters)
    A seca e consequente fome na província angolana estão a fazer subir as tensões com aldeões a acusarem o governo de nada fazer para os ajudar ou de discriminar na ajuda a favor de militantes do partido no poder.

    Rosalina residente do município de Namakunde, uma região fortemente prejudicada pela seca e faz fronteira com a república vizinha da Namíbia, disse à Voz da América que não têm água, comida, medicamentos e por isso população e o gado estão a morrer. Mas nunca receberam apoios do governo.

    “ Eles começaram a distribuir medicamentos para matar ratos, mas não distribuem medicamentos e comida para as pessoas” desabafou a camponesa, acrescentando que “ as pessoas só têm medo de falar a verdade para não serem mortas”

    Um camponês denunciou que na aldeia de Ekuva existem casos de pessoas que estão a falecer por ingerirem remédios para matar ratos e convidou as ONGs nacionais e internacionais a visitarem o local.

    Já uma cidadã fala de práticas discriminatórias na distribuição de bens alimentares na sua aldeia. Referiu que no mês de Maio, o governo distribuiu cinco quilos de arroz e um litro de óleo apenas a cada família ligada ao partido no poder- o MPLA.

    “ São três vezes sempre a eleger a mesma pessoa. Mas se essa pessoa faz comida em casa, apenas dá para algumas crianças e o resto vai receber de quem?” questionou.

    Já Muala afirmou que o país está a ser governado por um diabo que não sente a dor e sofrimento do povo.

    “ Não temos escolas, não temos hospitais só temos paredes. Esse governo pede para lhe elegermos para nos fazer sofrer e nos matar,” disse

    Recentemente, o bispo da diocese de Ondjiva, Dom Pio Hipunhaty, disse à VOA que a situação é alarmante na região e milhares de crianças estão a abandonar as escolas devido à fome.

    Dirigindo-se à juventude a anciã, Moises lamentou por sua vez que algumas pessoas recorrem à Namíbia para encontrar água, quando a água da Namíbia é proveniente de um rio do Cunene.

    “ Essas terras são dos nossos pais e das nossas mães. Vamos levantar os nossos pés, vamos até ao governo e dizer que se você não consegue saia do poder” apelou a anciã.

    Moisés disse ainda que devido à carência no Cunene as pessoas atravessam a fronteira a pé, para comprar comida na Namíbia a um preço muito baixo, mas esta mercadoria fica retida na fronteira devido as taxas aduaneiras elevadas impostas pelas autoridades angolanas.

    A anciã também acredita que as autarquias é o caminho para se combater os graves atropelos e abusos de direitos na sua terra.

    (voaportugues.com)

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