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    Samakuva abre alas para Adalberto e Numa na liderança da UNITA

    Apesar de esconder o jogo sobre a sua saída ou permanência na liderança da UNITA, durante o anúncio da convocatória do XIII Congresso ordinário, feito nesta Terça-feira, 25, em Luanda, Isaías Samakuva deixa de ser presidente deste partido depois do conclave de Novembro.

    De acordo com OPaís, fonte ligada ao seu gabinete confidenciou a este jornal que o líder do partido do “galo negro” descartou a possibilidade de se candidatar para mais um mandato e vai retirar-se definitivamente da vida política activa, conforme anunciara em 2017. A mesma fonte desmente rumores que circulam nos corredores políticos da própria UNITA que apontam Isaías Samakuva como estando remetido a um silêncio sepulcral como forma de medir a pulsação dos seus correligionários e da opinião pública sobre mais uma possível recandidatura. Avançou não fazer sentido haver questionamentos sobre a saída ou não de Samakuva, justificando que o mesmo manifestou este interesse num acto público, pelo que se deverá concretizar na devida altura.

    Explicou que o líder da UNITA vai deixar a liderança do partido sem coação de ninguém, mas por uma decisão pessoal, argumentando que os estatutos desta força política são omissos quanto à limitação de mandatos. Informou que Isaías Samakuva tomou esta decisão depois de concluir ter dado o seu contributo enquanto presidente nestes 16 anos ininterruptos à frente da UNITA, e promete continuar no partido e dar o seu saber de forma modesta. Ele, que é um dos principais confidentes de Isaías Samakuva, diz-se desapontado com a forma como algumas figuras internas do partido estão a abordar o assunto, em surdina, dando a especulações de ter apetências pelo poder.

    Reiterou que Samakuva reforçou esta sua posição em várias ocasiões, tanto dentro do partido, como no seio familiar, não só pelo tempo em que lidera a UNITA, mas também devido à sua avançada idade (76 anos) a completar a 8 de Julho. A fonte disse não ser verdade que Samakuva quisesse ficar mais tempo na liderança do partido, tendo em conta as eleições autárquicas e as eleições gerais, em 2020 e em 2022, respectivamente, nas quais gostaria de deixar as suas impressões digitais com um saldo positivo enquanto presidente do “galo negro”, como apontam certas vozes.

    Sucessores

    Adalberto da Costa Júnior é apontado no seio da própria UNITA como um dos candidatos a substituir Isaías Samakuva, cuja candidatura poderá contar com o apoio do actual líder do partido. Presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Adalberto Júnior é um “self made man”, ou seja, “elevou-se por mérito próprio” para atingir o patamar político que hoje detém, tanto na Assembleia Nacional, como no próprio partido. É um dos principais delfins de Isaías Samakuva, à semelhança de Alcides Sakala, Demósthenes Chilingutila, Ernesto Mulato, Cláudio Silva, Sabino Sakutala, Manuel Savihemba e outros, daí a facilidade de ser guindado para dirigir a UNITA.

    O deputado reformado Camalata Numa é outro candidato a liderar o partido, depois de ter perdido para Samakuva no XXII Congresso. General das FALA, antigo braço armado da UNITA, Camalata é um dos poucos que publicamente contestam a liderança de Samakuva. Para ele, Samakuva já deu tudo o que tinha a dar ao partido, e deve abdicar para abrir alas a outros membros que pretendam liderar a UNITA, dando-lhe outro rumo.

    Em Janeiro desde ano, em breve contacto com este jornal, anunciou que não hesitaria a voltar a concorrer caso Samakuva o faça pela quarta vez.

    Figuras fora do clã do Bié

    A possível indicação de Adalberto Costa para o “número um” da direcção da UNITA, segundo outras fontes familiarizadas com o assunto, é uma estratégia que visa promover figuras de fora do clã do Bié, terra natal de Jonas Savimbi, fundador da UNITA, e do actual líder, Isaías Samakuva.

    Adalberto é natural de Chinjenje, Oeste da província do Huambo, sendo que Camalata Numa tem o seu cordão umbilical enterrado no Cubal, na província de Benguela.

    Lukamba Paulo (Gato), é também um nome que as nossas fontes admitem, apesar de não ter anunciado publicamente uma vontade de correr ao cadeirão mais alto deste partido, fundado por Jonas Savimbi em 1966. A concretizar-se, a saída de Samakuva deixará alas abertas a Adalberto e Camalata Numa, apesar de ser ainda muito cedo para se falar sobre os eventuais candidatos, numa altura em que faltam cinco meses para o conclave.

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