A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé realizou ontem, no Centro de Formação dos Jornalistas (CEFOJOR), uma conferência de imprensa para apresentação da exortação pós-sinodal “Africae Munus”.
Foi apresentado um documento redigido pelo Papa Bento XVI, que exorta as famílias para que “perante ameaças, como a distorção da noção de matrimónio, a desvalorização da maternidade, a banalização do aborto, a facilitação do divórcio e o relativismo de uma nova ética se torne igreja doméstica, capaz de criar paz e harmonia na sociedade. A veneração e o respeito que África reserva aos idosos podem inspirar o Ocidente como exemplo de estabilidade e ordem social”.
D. Gabriel Mbilingui, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, disse que “a carta redigida pelo Papa Bento XVI, é o documento que tem a missão de conduzir a Igreja em todo mundo, chamando a atenção em particular para o nosso principal trabalho que é a evangelização”.
O bispo que preside à conferência episcopal afirmou que “a exortação apostólica sublinha que o continente africano tem necessidade do bom governo dos Estados, que se exprime no respeito das Constituições, das eleições livres, de sistemas judiciais independentes, de administrações transparentes que não cedam à corrupção”.
A carta apresentada na conferência de imprensa resulta da assembleia magna dos bispos do continente africano que aconteceu pela segunda vez na Igreja, sob o tema “África em reconciliação da justiça e da paz”. O bispo disse que “África é um continente que recebeu a mensagem do Evangelho nos primeiros séculos do cristianismo e na África subsariana a mensagem da boa nova de Cristo que nos reconcilia e chegou há mais de cinco séculos, com o privilégio de Angola ser o primeiro país a sul do Sahara a receber, em 1491, a semente do Evangelho”.
O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, D. Mbilingui, afirmou: “passaram tantos séculos e esta África não conhece o desenvolvimento, a estabilidade, não conhece o sossego que lhe permita o desenvolvimento e a explorar as riquezas, a fraternidade, o sentir-se família e a viver as relações de família”.
“Os padres devem viver uma vida exemplar no celibato e no desapego em relação aos bens materiais, superando as fronteiras tribais e raciais, sem cair na tentação de se tornarem líderes políticos ou agentes sociais”, concluiu o prelado, em nome dos bispos de Angola e São Tomé.
Fonte: Jornal de Angola