O secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurria, manifestou na sexta-feira confiança no futuro do euro, considerando que o actual problema das dívidas soberanas não pode ser chamado de crise de dívida da Zona Euro.
“Não há uma crise da dívida da Zona Euro a não ser se inserida no problema, e não crise, da dívida da OCDE”, disse o responsável, em Paris, segundo a agência Bloomberg, acrescentando que “a OCDE tem um rácio da dívida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 100 por cento e isso, obviamente, é insustentável. E o problema é que continua a crescer”.
Angel Gurria explicou, citado pela Lusa, que cada país europeu tem os seus problemas respectivos e que nem sempre são comuns. Para ilustrar, o secretário-geral apontou para os cinco desafios que considera que a Espanha enfrenta: défice, flexibilização do mercado laborar, pensões e reformas, sistema financeiro e negociação colectiva. Considerando que a maioria dos problemas da economia espanhola está a ser resolvida, Gurria disse que a actual situação é difícil de resolver a curto prazo, já que cada país tem as suas razões para estar na presente situação.
“Há o problema geral da consolidação orçamental, é necessário baixar os níveis de dívida de todos os países”, frisou, sublinhando que “só há três países (Grécia, Irlanda e Portugal) que têm problemas de finanças públicas, por diferentes motivos”. O responsável afirmou ainda que, na sua opinião, “os europeus estão agora a construir uma rede de segurança muito forte”, apontando para o reforço dos fundos disponíveis para apoiar eventuais resgates, que fazem regressar a credibilidade das economias europeias junto dos investidores.
Ainda que admitindo que os problemas relacionados com a dívida são prejudiciais para o euro, Gurria insistiu que “o euro não está em perigo. Vai continuar a crescer, vai ter mais países aderentes e vai continuar a ser cada vez mais uma divisa de reserva no mundo”.
Fonte: Jornal de Angola