O repatriamento organizado dos quatro mil refugiados assentados no campo do Lóvua, Lunda Norte, inicialmente previsto para o dia 18 do corrente, está adiado sem data a pedido das autoridades da República Democrática do Congo (RDC).
A informação foi avançada nesta quinta-feira à Angop pelo chefe do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Lunda Norte, Daniel Roger Tam, tendo sublinhado que o adiamento se deve à falta de condições de acolhimento nas províncias de Kassai e Kassai Central, na RDC.
Para ultrapassar o impasse, o responsável do ACNUR disse que a organização está a trabalhar com o governo congolês para que o processo comece na próxima semana.
Daniel Roger Tam afirmou que estão disponíveis cinco viaturas, alimentação e técnicos para apoiar o repatriamento logo que as autoridades congolesas confirmem as condições para o acolhimento dos refugiados.
Os quatro mil refugiados fazem parte de um grupo de nove mil que ainda se encontram assentados no campo do Lóvua.
Neste processo, o ACNUR assegura cerca de 20 mil franco congolês e 80 dólares norte-americanos para a reintegração socioeconómica dos regressados.
Durante o repatriamento voluntário e espontâneo regressaram à RDC 14 mil e 724. Deste número três mil e 772 são homens, sete mil e 974 crianças e dois mil e 978 mulheres, dos 18 mil e 800 previstos.
O repatriamento voluntário teve início a 19 de Agosto quando um grupo de refugiados decidiu unilateralmente regressar ao país de origem voluntaria e espontaneamente.
O total de cidadãos da RDC na altura acolhidos em Angola, na província da Lunda Norte, em particular, atingiu os 35 mil, destes, 23 mil e 684 foram acolhidos no campo de refugiados do Lóvua, enquanto os restantes 11 mil e 316 estavam distribuídos pelas comunidades da província.
A migração destes cidadãos derivou da violência generalizada causada por tensões políticas e étnicas na República Democrática do Congo (RDC) em Maio de 2017.