Angop
Os refugiados assentados no centro do Lóvua, Lunda Norte, têm até sábado, 3 de Agosto, para confirmar os requisitos de regresso à província do Cassai Central, na República Democrática do Congo (RDC).
O primeiro molde (repatriamento burocrático) prevê um kit de reintegração, com um valor de 200 dólares norte-americanos, sendo que o segundo (voluntário e espontâneo) não inclui o referido apoio por parte do Alto Comissariado das Nações Unidades para Refugiados (ACNUR).
No primeiro, o processo é assegurado pelo ACNUR, que antes promove uma reunião tripartida que visa a definição das datas do inicio do processo de repatriamento. No segundo molde, os dois governos, Angola e RDC, criam apenas condições de transporte dos cidadãos que voluntariamente decidirem regressar.
Diante deste cenário, os 20 mil refugiados que migraram em Angola, fruto da violência extrema e generalizada, causada por tensões políticas e étnicas na RDC, em 2017, têm até sábado para decidirem o seu destino.
Até Junho do ano em curso, segundo o ACNUR, 85 porcento dos refugiados manifestaram o interesse de regressar de forma voluntária.
Hoje, quarta-feira, ao se dirigir aos refugiados, o governador do Cassai Central (RDC), Martim Mulamba, reiterou que a região está pronta para recebe-los de volta há qualquer momento, desde que decidam o modelo de repatriamento.
Por outro lado, o governo da Lunda Norte garante transporte para os refugiados que decidirem regressar ainda esta semana.
Aliton Carneiro, oficial sénior de protecção do ACNUR em Angola, disse que a organização apoia o regresso espontâneo ou organizado, mas reafirma que só terá acesso ao kit de reintegração os que aguardarem até o mais tardar o mês de Outubro para o seu repatriamento.
A província da Lunda Norte partilha 770 quilómetros de fronteira com a RDC, dos quais 550 terrestres e os restantes com limites fluviais.