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    Refinaria no Lobito reacende esperanças de emprego e negócios

    O anúncio da companhia petrolífera angolana Sonangol que vai lançar um concurso público par a construção de uma refinaria no Lobito está a causar grandes expectativas de emprego e negócios na região mas também algumas palavras de acautelamento.

    O anúncio, em comunicado distribuído pela Sonangol, do lançamento do concurso público a 9 de Julho vai também servir para a apresentação do estudo de viabilidade.

    Angola, apesar de país produtor de petróleo, possui apenas uma refinaria e recorre à importação de combustíveis.

    Em 2019 as autoridades angolanas gastaram 1.700 milhões de dólares na importação de combustíveis.

    O projecto Sonaref havia sido anunciado pela primeira vez em 2017.

    O coordenador executivo da Associação Juvenil para a Solidariedade (AJS), Júlio Lofa, lembra que a paralisação dos trabalhos, concluídas as três infra-estruturas de apoio à construção do empreendimento, empurrou para o desemprego centenas de jovens.

    “Vai ajudar a recuperar socialmente jovens e adultos que perderam ali os seus empregos e outras pessoas que pretendam emprego”, disse.

    No plano técnico, o economista Filomeno Vieira Lopes disse que a refinaria “é, normalmente, um investimento comparticipado, não há risco de uma só empresa”, mas faz notar que “durante esse período houve iniciativa de construção de refinaria no Congo Democrático e na África do Sul, mercados que nos queríamos”.

    “Com muitas refinarias, não se sabe como fica o nosso excedente, mas precisa de mercado externo”, acrescentou.

    Idealizado em 2007, quando a Sonangol era dirigida pelo ex-vice-presidente da República, Manuel Vicente, o projecto Sonaref consumiu já, segundo dados oficiais, cerca de 800 milhões de dólares, menos 120 milhões do valor total da refinaria em construção em Cabinda.

    Analisando a aplicação de recursos em terraplanagem, estradas para carga pesada e terminal marítimo, Filomeno Vieira Lopes, antigo quadro da petrolífera, acredita que surjam reavaliações quanto ao que já se fez.

    “Isto não é só mau, digamos, para quem vem investir, já tem dívidas à partida, por um lado”, disse, esclarecendo que, “por outro, tem de ter conhecimento do que foi e como foi feito, podendo haver reavaliações para se saber se os dinheiros justificam o trabalho”.

    Incertezas à parte, o líder da Aliança Empresarial de Benguela, Adérito Areias, vê oportunidades de negócios para pequenas e médias empresas locais, pelo que surge organização.

    “É importante que as empresas, principalmente as de prestação de serviços, estejam preparadas”, afirmou.

    “Uma refinaria movimenta biliões e biliões de dólares, vai precisar de serviços de limpeza, obras, enfim… se não estivermos preparados, vamos chorar outra vez”, alerta o empresário.

    A VOA contactou a Sonangol para esclarecimentos adicionais ao comunicado de imprensa, mas sem sucesso.

    A petrolífera angolana pretende ser o accionista maioritário da refinaria, que deverá ser construída num horizonte de cinco anos, com custos na ordem dos seis mil milhões de dólares, metade do valor inicial.

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