O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, ad-mitiu ontem que os munícipes da Quiçama, sobretudo os das comunas de Quixinge, Demba-Chio e Mumbondo, vivem situações muito difíceis, particularmente em questões de mobilidade e fornecimento de água potável e energia eléctrica.
Bornito de Sousa chegou a esta conclusão no final de uma visita de 48 horas àquele município de Luanda, onde visitou projectos e empreendimentos sociais e manteve contacto com os habitantes.
Os munícipes aproveitaram a presença do Vice-Presidente da República para reforçarem o “grito de socorro”.
Cristóvão Correia, representante da sociedade civil da Quiçama, considerou que a desagregação do município da província do Bengo para Luanda em nada veio contribuir para o seu desenvolvimento.
Cristóvão Correia, que falava na presença do Vice-Presidente da República, durante o Conselho de Auscultação Municipal, disse haver comunas que, desde o alcance da Independência Nacional, em 1975, nunca tiveram um investimento de grande impacto no sector das estradas.
O membro da sociedade civil pediu ao Vice-Presidente que seja portador dessa e outras preocupações ao Titular do Poder Executivo.
Bornito de Sousa garantiu que alguns desses problemas podem ter solução no mais curto espaço de tempo e outros a médio prazo.
“Uma atenção particular vamos dar a três comunas (Quixinge, Demba-Chio e Mumbondo) que estão numa situação muito difícil”, afirmou o Vice-Presidente, na Muxima, no final de uma reunião do Conselho de Auscultação Municipal.
Bornito de Sousa, que também visitou as comunas da Muxima (sede municipal) e de Cabo Ledo, teve, na quar-ta-feira, de se deslocar de helicóptero para atingir as comunas de Quixinge, Demba-Chio e Mumbondo, devido à falta de acessos. Além da falta de estradas, os munícipes da Quiçama queixam-se de dificuldades no fornecimento de água potável e energia eléctrica.
A si-tuação é crítica em Quixinge, Demba-Chio e Mumbondo.
O Vice-Presidente da República disse tratar-se de uma “situação incompreensível”, pois trata-se de três comunas que “estão dentro do quintal da capital do país”. Com efeito, Bornito de Sousa concorda que é uma situação que deve ser alterada rapidamente com algumas medidas.
Segundo o Vice-Presiden-te, existem algumas soluções que podem ser encontradas no curto prazo. No caso parti-cular da água potável, realçou o facto de a maior parte das comunas da Quiçama estarem próximas de rios, como o Kwanza e o Longa.
Relativamente à energia eléctrica, Bornito de Sousa reconheceu que não vai ser possível, a curto prazo, levar a energia da rede normal, mas afirmou que, para já, a solar pode ser uma solução, pois a térmica implica muitos custos com combustível e transporte.
O principal auxiliar do Titular do Poder Executivo insistiu, entretanto, que uma atenção especial deve ser dada à rede de estradas do município, porque é a partir daí que podem ser resolvidos outros problemas.
A curto prazo, disse, está prevista a ligação rodoviária para Quixinge, a partir do município do Dondo (Cuanza-Norte), porque o troço é curto e podem ser encontradas soluções imediatas.
“Há da nossa parte e do governador provincial empenho no sentido de que, no curto espaço de tempo, possam ser resolvidas essas questões”, garantiu o Vice-Presidente da República, que durante toda a visita esteve acompanhado de Sérgio Luther Rescova.
Quiçama é o município mais extenso da província de Luanda. É neste município onde está o Parque Nacional da Quiçama.
Desenvolvimento
No quadro da estratégia de desenvolvimento do município, está prevista a promoção do Pólo Turístico do Cabo Ledo e do Parque Nacional da Quiçama (igualmente visitado pelo Vice-Presidente da República), bem como a construção da Basílica de Nossa Senhora da Muxima.
Segundo o director do Gabinete de Obras Especiais, Leonel Cruz, a basílica terá capacidade para acolher quatro mil devotos sentados.
Na mesma esteira, disse, está igualmente em previsão o Plano de Requalificação da Vila da Muxima.
Com o Pólo Turístico de Cabo Ledo, as autoridades pretendem fazer da zona uma âncora para o desenvolvimento do turismo, conforme avançou Jacob Moisés, director-geral do projecto.
Com a conclusão do projecto, sublinhou, está prevista a criação de 13 mil novos empregos directos e indirectos.
Jacob Moisés sublinhou que um dos desafios para a materialização do Pólo Turístico de Cabo Ledo é a aprovação de novos decretos, pois os actuais fazem referência ao Bengo, de que o município anteriormente fazia parte.