O Partido de Renovação Social (PRS) diz esperar que o Chefe de Estado faça um discurso “de consolidação da reconciliação nacional, de apelo ao respeito pelas instituições democráticas e aos próprios cidadãos.” Ouvido por OPAÍS, o porta-voz do PRS, Joaquim Nafoia, afirmou ser desejo do seu partido que Eduardo dos Santos se dirija aos angolanos e não ao seu próprio partido, o MPLA. “Esperamos, acima de tudo, um discurso de um estadista e não um discurso virado apenas para os militantes de um partido,” disse Nafoia.
O dirigente do PRS defendeu que os angolanos devem esquecer o que se passou nas últimos eleições gerais angolanas e tocar o país para frente, naquilo que pode ser entendido como uma inflexão no discurso recente deste partido assente na recusa dos resultados do último escrutínio. “As eleições foram fraudulentas, temos instituições derivadas de uma eleição fraudulenta, mas são as instituições que temos e temos que respeitá-las”, reiterou Joaquim Nafoia. O político revelou que o PRS tem de se preparar para as próximas eleições não obstante os maus resultados obtidos no recém realizado pleito eleitoral .
UNITA: “NÃO HAVERÁ NADA DE NOVO”
A UNITA, segundo o seu porta-voz, Alcides Sakala, considera que nada de novo haverá na mensagem que o Presidente da República vai pronunciar por altura do início de mais uma legislatura angolana “para além do que já foi dito”. Alcides Sakala subscrevia, deste modo, falando a OPAÍS, o cepticismo que reina nas hostes do seu partido, como, de resto, tem sido a tónica das declarações dos seus principais quadros e dirigentes. Sakala enfatizou que o país enferma de um “défice” de democracia, consubstanciada na não aplicação das leis, numa altura em que “os desafios para o país são enormes”.
O porta-voz da UNITA disse que os resultados saídos das últimas eleições não dão qualquer garantia de que o Chefe do Executivo faça um discurso que denote “vontade política para combater a pobreza, as assimetrias regionais e a corrupção”.
O político acusa o MPLA de não ter capacidade para materializar, na prática, os pressupostos para a transparência na gestão da coisa pública. “Estamos longe destes objectivos e não esperamos grande coisa do chefe do Executivo que faz declarações que, quase sempre, caem em saco roto”, concluiu Alcides Sakala.
FONTE: O País
