O Partido de Renovação Social (PRS) acusa a UNITA de ser uma formação política com sérias dificuldades em viver na diferença e de se adaptar à uma convivência urbana.
Esta acusação consta de uma “declaração política” do secretariado executivo do PRS, emitida na segunda-feira, em reacção a alegados impropérios jocosos que o maior partido da oposição terá atribuído aos “renovadores sociais”.
Na declaração, a que o Jornal de Angola teve acesso, a terceira maior força política representada na Assembleia Nacional queixa-se do facto da UNITA lhe atribuir “epítetos jocosos” como “PRS muleta ou lacaio do MPLA” e “outros atributos nada abonatórios à imagem do PRS”. Segundo o secretário-adjunto para a Informação do PRS, Joaquim Nafoia, as ofensas da UNITA agudizaram-se quando o seu partido, “com espírito e sentido de Estado”, votou a favor da aprovação da Constituição da República.
De acordo ainda com o partido liderado pelo deputado Eduardo Kwangana, a UNITA é uma organização política que “ainda não aprendeu a diferença entre inimigo e adversário”, não tem a consciência limpa e “vê vultos em todo o lado”. Acrescenta que o partido liderado por Isaías Samakuva precisa aprender que “colocar os interesses nacionais acima dos partidários, buscar soluções consensuais, escolher o mal menor em dilemas e cooperar para saídas que viabilizem a jovem democracia é sinal de maturidade política”. “A UNITA tem demonstrado que não passa de um grupo de indivíduos imbuídos de má-fé e que só sabe fazer política de forma intriguista, criando bodes expiatórios para as asneiras que comete, não se importando em lesar, como já nos habituou, o bom nome e o esforço de parceiros e antagonistas, pois ao que tudo indica, ainda não aprendeu as regras do jogo democrático”, acusa ainda o PRS.
Foi ainda mais longe, acusando a UNITA, de forma velada, de espalhar o caos no país, começando por diabolizar o panorama político nacional – com ataques absurdos aos demais partidos políticos, como já está a fazer com o PRS, por sentir que é uma força que lhe faz sombra –, alastrando depois o terror para a população, na ânsia de querer manter um estatuto já de si esfumado pela própria história”.
Reacção da UNITA
A UNITA, segundo o seu secretário para a Informação, Alcides Sakala, considerou “declarações virulentas” do PRS, acrescentando que pode ter havido algum “mal-entendido” por parte deste partido e que ele não consegue identificar.
Fonte: Jornal de Angola