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    Professores angolanos fecham segunda fase da sua greve sem acordo à vista

    Terminou ontem a segunda fase de greve dos professores que reclamam melhores salários e condições de trabalho, sem acordo com o governo à vista. Ao cabo de dez dias de bloqueio, o sindicato de professores Sinprof refere que, apesar de discussões com o governo, não se chegou a acordo, esta entidade não descartando avançar para a terceira fase da greve a partir de Janeiro no caso de não haver alguma evolução.

    “Tivemos uma adesão histórica. Mais de 97% do universo de 220 mil docentes aderiram à greve. Como tal, hoje vamos terminar a segunda fase da greve. Segunda-feira, dia 19 de Dezembro, os professores regressam ao exercício do magistério. No encontro tido ontem o Ministério da Educação, um encontro que durou cerca de 12 horas, nas questões estruturantes, não obtivemos resposta positivas do governo” lamenta Guilherme Silva, presidente do Sinprof.

    O sindicato dos professores refere nomeadamente que no caso de o governo não incrementar -como refere ter sido estipulado- um novo subsídio até ao dia 16 de Janeiro de 2023, os professores poderiam avançar para a terceira fase do seu movimento de greve. “Se continuar assim, teremos de partir para a terceira fase de 3 a 31 de Janeiro se o governo angolano não responder positivamente”, avisa Guilherme Silva.

    Ao fazer o balanço dos dez dias de bloqueio dos professores, o líder sindical dá conta de situações de intimidações, pressões e detenções de professores. “Tivemos de tudo. Até movimentaram as Forças Armadas, a polícia nacional, Serviços de Investigação Criminal como se exercer o direito de greve, consagrado na Constituição e na lei, fosse um crime. Nós tivemos um terror, fundamentalmente nas províncias do Huambo e do Bié onde os directores provinciais da educação, com a polícia nacional, praticamente ocuparam as escolas”, menciona nomeadamente Guilherme Silva.

    Referindo-se aos exames a que foram submetidos os alunos de algumas escolas, não obstante os seus professores observarem a greve, o presidente do Sinprof que qualifica esta situação de “caso inédito”, refere que as provas chegaram a ser aplicadas por “gestores escolares, pessoal de apoio educativo, empregadas de limpeza, guardas ou seguranças da escola”. Uma ocorrência perante a qual o sindicalista considera que as provas realizadas nestas condições devem ser anuladas, já que “os professores não as acompanharam”.

    Recorde-se que os professores que já em Novembro observaram 6 dias de greve, reclamam essencialmente ajustes salariais e de subsídios, nomeadamente o subsídio de isolamento, reclamam igualmente a distribuição equitativa e extensiva da merenda escolar a todas as crianças e reclamam também a conclusão do processo de promoções encetado no ano passado.

    RFI

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