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    Guiné-Bissau: Primeiro-ministro deposto considera posição da CEDEAO um “insulto”

    O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje em São Tomé e Príncipe que a posição da CEDEAO sobre o seu país “é um insulto para África e para o povo da Guiné-Bissau”.

    “Não se pode permitir que em pleno século 21 um partido como o PAIGC ganhe eleições com 67 mandatos sobre 100 e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) se permita dar posse a um Presidente da república. Isso é um insulto para África, é um insulto para o povo da Guiné-bissau”, disse Carlos Gomes Júnior a sua chegada a capital são-tomense.

    O primeiro-ministro deposto chegou esta tarde a São Tomé acompanhado do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mamadu Djaló Pires, na primeira etapa de uma deslocação que o levará a Angola, Cabo Verde e Gâmbia.

    Carlos Gomes Júnior disse não saber ainda quanto tempo permanecerá na capital são-tomense, onde manterá encontros com o presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa e com o primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

    A visita de Carlos Gomes júnior acontece a menos de um mês da realização da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a ter lugar em Moçambique, onde garante estar presente.

    “Enquanto governo legítimo da Guiné-Bissau estaremos presentes neste fórum, não só para agradecer o apoio de todos os países membros mas também para continuar a pedir a sua solidariedade para que seja respeitada a legalidade constitucional na Guine Bissau”, acrescentou.

    O governante guineense disse que se deslocou a São Tomé e Príncipe para “agradecer ao povo, presidente da republica e primeiro-ministro pela solidariedade que tem havido para com ao governo legítimo da Guiné-Bissau”.

    Carlos Gomes Júnior foi deposto em 12 de abril pelo golpe de Estado protagonizado pelo auto-intitulado Comando Militar, liderado pelo chefe das forças armadas guineenses, António Indjai.

    O golpe de Estado ocorreu na véspera do início da segunda volta da campanha eleitoral para as eleições presidenciais.

    Carlos Gomes Júnior, que se apresentou como candidato presidencial, tinha ganhado a primeira volta e disputaria a segunda volta, a 22 de abril, com Kumba Ialá.

    O primeiro-ministro e candidato presidencial e o Presidente interino, Raimundo Pereira, estiveram detidos até 26 de abril, quando foram levados para a Costa do Marfim.

    Um governo de transição, negociado com a CEDEAO foi nomeado e deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano.

    No entanto, as autoridades de transição — lideradas pelo Presidente Serifo Nhamadjo e pelo primeiro-ministro Rui Duarte de Barros – não são reconhecidas pela restante comunidade internacional, nomeadamente pela CPLP.

    FONTE: Lusa

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