Numa cerimónia de condecoração do luso-francês Emmanuel Demarcy-Mota, esta tarde, em Paris, o ministro francês da Cultura disse ao Expresso: “Pois, se calhar vamos perder as presidenciais, é a vida!”
Os condecorados eram quatro mas apenas o encenador luso-francês Emmanuel Demarcy-Mota recebeu o título de cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta condecoração francesa, que lhe foi pendurada na lapela pelo ministro francês da Cultura, Frédéric Mitterrand, em nome do Presidente francês. Os restantes receberam a medalha de cavaleiro das Artes das Letras.
Mas foi quando falou a propósito da popular cantora Hélène Ségara (nova cavaleira das Artes e das Letras) que o sobrinho do falecido ex-Presidente socialista, François Mitterrand, revelou um elevado sentido do humor. Ao citar uma das suas canções mais conhecidas, “Je vous aime, adieu” (Amo-vos, adeus), brincou: “Bem, nesta altura, esta frase tem algum sentido!”.
Entre os convidados para a cerimónia no Ministério da Cultura, em Paris, falava-se sobretudo da segunda volta, no próximo domingo, das eleições presidenciais. O próprio Frédéric Mitterrand, nascido com um nome de família histórico e de esquerda mas que apoia Nicolas Sarkozy desde há alguns anos, falou sobre o assunto. Quando interrogado pelo Expresso, respondeu: “Pois, se calhar vamos perder, é o mais certo não é?, o que devemos fazer? É a vida!”.
Sondagens anteveem festa socialista
Também Emmanuel – de 41 anos, nascido em França, filho do autor e encenador francês Richard Démarcy e da atriz portuguesa e ex-exilada política Teresa Mota, e que, além de encenador, é diretor dos conhecidos Théatre de la Ville e Théatre des Abesses, em Paris, falou do tema do dia. “Sou de esquerda, recebo esta condecoração, que agradeço, mas espero que François Hollande ganhe no domingo!”, disse ao Expresso.
As sondagens, ainda sem o impacto da declaração de ontem do centrista François Bayrou, que revelou ir votar em François Hollande, davam hoje a vitória do socialista na segunda volta de domingo por uma margem entre 52,5 e 54% dos votos.
FONTE: Expresso