O vice-presidente da República, Bornito de Sousa, considera que reina no país e no estrangeiro uma grande e positiva expectativa à volta do Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
“Passados três meses, a opinião geral é positiva e é praticamente senso comum que se as eleições tivessem lugar hoje, o resultado eleitoral a seu favor seria muito mais expressivo e sua legitimidade ainda mais reforçada”, declarou Bornito de Sousa quando discursava na cerimónia de apresentação de cumprimentos de fim-de-ano ao Presidente da República.
Disse que a rápida afirmação e eleição de João Lourenço criou bastante expectativa no país e no estrangeiro, quanto à autonomia, liderança e sentido de Estado que o novo Presidente imprimiria a mais alta liderança política em Angola.
O vice-presidente da República referiu que em condições macro-económicas nada fáceis, a preocupação com a transparência e a moralização do Estado e da sociedade, com o afastamento da dependência económica do petróleo, com o relacionamento das instituições democráticas, a governação local, as autarquias e a redução das assimetrias regionais marcam já a diferença que lhe foi pedida, durante a campanha eleitoral.
Para Bornito de Sousa se acresce os sinais para a promoção da igualdade de oportunidades económicas e empresariais, a criação de um empresariado angolano e o enquadramento da economia informal.
Enumerou ainda a criação de uma classe média robusta, a modernização do Estado e da Administração Pública, a aposta nos jovens, a dignificação da mulher angolana e a melhoria da qualidade de vida dos angolanos em geral como outros dos aspectos solicitados.
Sobre as acções do Presidente da República, disse que são consideradas “para uns, acelerado demais, para outros, distante demais das directivas, outros há que o colocam na fronteira da quebra da unidade, motivo de mal-entendidos e naturais desconfortos”.
Explicou que a acção do Presidente da República assenta nas premissas eleitorais constantes da estratégia do líder e no programa de governo do MPLA para o período 2017-2022 e que impõe o envolvimento dos cidadãos, das comunidades e das empresas para a sua “boa execução”, no sentido de se “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”.
Lembrou que por altura do VII Congresso do MPLA, o Presidente José Eduardo dos Santos disse que um dos nossos grandes problemas é o de que temos boas ideias, bons projectos, bons programas, mas na implementação dos mesmos, os resultados ficam muitas vezes longe do que se esperava devido à falta de rigor e disciplina nas atitudes e comportamentos”.
Segundo o vice-presidente da República, naquela ocasião, o líder partidário sublinhou que “se aumentarmos o rigor, a disciplina e a nossa eficácia poderemos fazer muito mais e em menos tempo”.
Bornito de Sousa informou que a coexistência entre a liderança do partido e a titularidade do Executivo é permitida tanto pela Constituição da República, como pelos Estatutos do partido no poder, sendo, portanto, apenas uma questão de gestão e oportunidade políticas.
Afirmou que o processo em curso em Angola bem pode ser comparado a uma corrida de estafetas, em que quem recebe o testemunho não pode ficar parado.
Enalteceu o facto de a 26 de Setembro passado ter sido presenciada uma exemplar transição pacífica e democrática, protagonizado pelo Presidente José Eduardo dos Santos que razões objectivas e históricas o mantiveram no exercício de funções executivas durante mais de três sacrificadas e exigentes décadas.
O vice-presidente da República desejou ao Chefe de Estado e à família votos de um próspero ano novo e sucessos, na presença de representes do poder legislativo, judicial, igrejas e da sociedade civil. (Angop)