O défice público de Portugal alcançou 6,8% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro semestre de 2012, 1,8 ponto percentual mais que a meta para o final deste ano acordada entre Lisboa e a troika de credores do país, formada pela Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI). O resultado indica que Lisboa pode ter de fazer ajustes adicionais.
Os dados das contas públicas divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam uma queda significativa, mas insuficiente.
Em maio de 2011, quando recebeu um pacote de resgate, Portugal se comprometeu em baixar a dívida para 4,5% do PIB. No começo deste mês, novo acordo com a troika suavizou os termos iniciais, elevando a meta para 5% em 2012 e para 4,5% em 2013 -antes, eram 3%.
Por trás dos problemas do país para diminuir o deficit aos níveis iniciais está a perda de investimentos estatais causados pela queda das receitas fiscais, que foi muito maior do que o esperado. De janeiro a agosto deste ano, a arrecadação de impostos indiretos caiu 5% em relação ao mesmo período de 2011, e as contribuições para a previdência social caíram 6%, por causa do aumento do desemprego -a taxa está em 15%.
O país atravessa sua pior crise económica em décadas e prevê um recuo do PIB de mais de 3%.
Na imprensa portuguesa há especulações de que o Executivo tentará compensar a diferença com a privatização da empresa de gerência de aeroportos, a ANA. A operação lhe renderia € 1 bilhão.
Fonte: VR