O primeiro-ministro não vai solicitar a renegociação do plano de ajustamento português. Pedro Passos Coelho fez estas afirmações depois de a Irlanda ter já dito que vai pedir as mesmas condições que a Espanha para o seu plano.
“Não vejo razão para pedir uma renegociação das condições”, disse o primeiro-ministro, à saída das comemorações do Dia de Portugal, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Pedro Passos Coelho explicou que o plano espanhol é para a banca e não para o Estado, justificando assim a diferença entre o programa espanhol e português. O primeiro-ministro revelou ainda que existirão também condições para Madrid aceder a esses recursos recomendando que não existissem precipitações na avaliação do pedido espanhol de ajuda.
A Irlanda prepara-se, aparentemente, para solicitar a revisão do seu programa de ajustamento para se aproximar das condições espanholas, uma vez que as razões do pedido de apoio de Dublin radicam também directamente na banca.
A Espanha anunciou este fim-de-semana que solicitou ajuda europeia para capitalizar o seu sistema financeiro. O apoio poderá chegar aos 100 mil milhões de euros (da dimensão do primeiro financiamento grego e longe do português e irlandês) e a taxa de juro média poderá ser da ordem dos 3%, de acordo com o que está a ser revelado pelos jornais espanhóis. A taxa de juro que Portugal está a pagar é da ordem dos 4%.
O modelo de apoio a Espanha será completamente diferente do concedido à Grécia, Irlanda e Portugal. Estes países estão a seguir políticas económicas acordadas e desenhadas pela Comissão Europeia e pelo FMI, instituições estas que fiscalizam trimestralmente a concretização dessas condições de acesso aos empréstimos.
FONTE: Jornal de Negócios