O ministro da Defesa desafiou hoje o bispo das Forças Armadas a escolher entre a sua função de membro da Igreja ou a de comentador político e a apresentar na Procuradoria-Geral da República (PGR) “os factos que fundamentem” as suas declarações.
“Eu espero que o senhor bispo tenha apresentado na PGR os factos que fundamentam essa declaração, até porque o senhor bispo deve obediência às regras da Igreja e o falso testemunho é matéria que não obedece às regras da Igreja”, afirmou José Pedro Aguiar-Branco.
Na terça-feira à noite, em declarações à TVI24, o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, acusou o Governo liderado por Passos Coelho de ser “profundamente corrupto” e comparou “alguns” ministros a “diabinhos negros”, por oposição aos “anjos” que integraram o anterior Executivo.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Aguiar-Branco considerou que “para ser consequente”, o bispo das Forças Armadas deve “apresentar na PGR os factos que levam a essa acusação”.
“Acho que o senhor bispo causa embaraço é à Igreja e não ao Governo e espero que o senhor bispo faça uma escolha entre ser bispo das Forças Armadas e ser comentador político”, afirmou o ministro da Defesa, rejeitando qualquer punição a D. Januário Torgal Ferreira.
Já questionado sobre se o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, tem condições para continuar no Governo, Aguiar-Branco rejeitou fazer qualquer comentário.
“Eu vim aqui responder às questões relacionadas com a comissão de Defesa”, afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas, o governante respondeu novamente no mesmo tom.
“Se quiser podemos continuar a falar sobre a comissão de Defesa, estive aqui três horas, se ainda não estiverem clarificadas as questões que me foram colocadas eu terei todo o gosto em responder”, disse.
Mais à frente, questionado se enquanto membro do Governo rejeita responder a esta questão, José Pedro Aguiar-Branco respondeu: “Estou a falar sobre matérias de Defesa, é essa a importância que hoje este dia tem, porque mais uma vez o Governo cumpriu o que tinha dito, que era vai haver promoções, eu disse isso desde o primeiro momento, essa é a matéria relevante e importante hoje em Portugal”.
FONTE: Expresso