Vários homens, mais de 300, vestidos de macacão cor de laranja com reflectores, capacetes e botas fazem escavações e medições. Também soldam ferros, montam pilares, preparam massa de cimento, arrastam ferramentas e operam máquinas próximo da ponte sobre o rio Curoca, que liga o município do Namibe ao do Tômbwa. São os trabalhos iniciais para a construção da nova ponte sobre o rio Curoca, com uma dimensão de 805 metros de comprimento e 11 metros de largura.
Bernardo Sai, 24 anos, é um dos que empreendem grande esforço físico na obra, que começou em Outubro do ano passado. É pedreiro há dez meses e dedica-se ao trabalho, para ganhar mais experiência e ver a ponte erguida antes que chova e o nível das águas do rio suba e impeça a circulação de viaturas e pessoas do Namibe para o Tômbwa.
“Sou do Tômbwa e é um orgulho para mim participar nesta obra”, diz. A sua motivação é ainda maior porque tem um salário melhor do que o emprego anterior como pescador. “A minha vida mudou. Já consigo satisfazer as necessidades básicas da minha família”, diz Bernardo Sai, marido e pai de três filhos.
José Singue, 24 anos, também já constituiu família. Tem experiência como pedreiro, adquirida no antigo emprego. Mas trabalha na obra de construção da ponte como ajudante de ferreiro. Está a gostar do que faz e da evolução da obra. “Começámos com as fundações e a fazer os pilares. Estamos agora a montar e a fazer acertos”, disse à nossa reportagem.
O seu colega Domingos João Kassoma, 37 anos, está também muito entusiasmado com a obra e com a oportunidade que lhe foi dada para integrar o grupo de trabalhadores, mesmo sem experiência. Foi militar e esteve em várias frentes de combate. “Estou feliz porque estamos em paz e a reconstruir o país, também com a participação dos ex-militares”, afirma o antigo combatente.
A conclusão das obras de construção da nova ponte sobre o rio Curoca está prevista para o fim deste ano, segundo o director provincial do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), Edgar Xavier. Neste momento, informa, decorrem a bom ritmo os trabalhos de execução dos pilares e a sua montagem, para suportar a ponte, que é feita de betão e com uma capacidade de mais de 60 toneladas.
Além desta ponte, Edgar Xavier diz que são construídas mais quatro novas pontes de betão no troço Curoca-Lucira.
Os empreiteiros já iniciaram as obras de construção de duas, uma sobre o rio Inamangando e outra sobre o rio Carujamba. “Portanto, temos obras em execução em várias frentes”, acrescenta.
No troço entre o Namibe e o Tômbwa estão ainda em reabilitação 93 quilómetros de estrada. Do Bentiaba à Lucira, com uma extensão de 77 quilómetros, estão concluídas 60 por cento das obras. O director provincial do INEA garante que estas obras terminam no fim deste ano e as do troço entre Lucira e Equimina, de 105 quilómetros, no próximo ano.
“Este troço vai começar a receber a primeira camada asfáltica este mês”, acrescentou. O troço que vai do quilómetro 27 ao Bentiaba, com 107 quilómetros, já está reabilitado e a ser sinalizado.
Na província do Namibe, o Jornal de Angola também constatou a existência de obras de colocação de asfalto no troço entre Chicolongilo e a Bibala. Os trabalhadores estão a fazer aterros, escavações e o alisamento da terra, para colocarem em seguida o asfalto básico e mais tarde o permanente.
Depois desta empreitada, os trabalhos continuam até à cidade do Lubango, cobrindo uma extensão de 106 quilómetros de comprimento e nove metros de largura.
