A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) vai reforçar a formação sobre direitos humanos que tem dado a efectivos da Polícia Nacional, com vista à diminuição de casos de violação dos direitos dos cidadãos, principalmente na via pública, informou a presidente da organização não governamental angolana.
Lúcia da Silveira, que falava ao Jornal de Angola, adiantou que a AJPD já tem um “acordo tácito” com o Ministério do Interior e lembrou que a associação, existente há 19 anos, tem dado formação e palestras a agentes da Polícia Nacional e do Serviço Penitenciário.
Lúcia da Silveira disse ser “extremamente importante” os agentes da Polícia Nacional estarem física e psicologicamente preparados, na abordagem aos cidadãos, mantendo uma conduta ética que faça com que ganhem respeito da população. “Um agente da Polícia não deve de forma alguma ter uma reacção impulsiva diante do cidadão”, declarou a activista social, acentuando que a “reacção impulsiva” pode provocar revolta e causar outros problemas.
A presidente da AJPD confirmou que a associação tem discutido a problemática dos excessos de agentes da Polícia Nacional ao longo dos anos, alguns cometidos, na sua opinião, em situações em que não houve necessidade.
A líder da AJPD mencionou o caso da “zungueira” Juliana Kafrique, morta, há dias, a tiro disparado por um agente da Polícia, estava numa equipa da corporação e do Serviço de Fiscalização que impedia a venda ambulante no Rocha Pinto, onde a zungueira perdeu a vida. A uma pergunta sobre se a Polícia deve ser obrigada a suportar as despesas com a educação e a alimentação dos filhos de Juliana Kafrique, a presidente da AJPD opinou que “não é propriamente obrigação do Ministério do Interior nem de nenhum outro órgão do Estado arcar com a responsabilidade em relação aos filhos de vítimas”.