Os contratos futuros do petróleo operam em baixa esta semana, enquanto os investidores aguardavam pelos dados semanais dos stocks dos Estados Unidos (EUA) que mostram um novo aumento nas reservas norte-americanas da matéria-prima.
Na quarta-feira, o contrato do petróleo Brent para Novembro caiu 0,77 por cento na plataforma ICE, em Londres, para 110,71 dólares o barril. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do petróleo WTI, também para Novembro, recuou 0,48 por cento, para 91,44 dólares o barril.
Ambos os contratos têm oscilado esta semana dentro de um intervalo bem apertado, com um volume de negócios relativamente fraco, a meio de uma escassez de informações que podiam movimentar os mercados.
Para os analistas, o euro continua a ser o factor mais importante a influenciar os preços do petróleo e os participantes de mercado aguardavam na quinta-feira pelo anúncio da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e pelo relatório sobre emprego nos EUA, que devia sair ontem, à procura de indicações da procura por petróleo.
Os analistas prevêem uma alta de 1,7 milhões de barris no nível de reservas. Dados não oficiais do American Petroleum Institute (API), do sector privado, apontavam um acréscimo de 462 mil barris nos stocks norte-americanos.
Activos no Golfo do México
A Petrobras pode vender até seis mil milhões de dólares em activos no Golfo do México, numa das suas maiores acções de desinvestimento, à medida que a companhia entra numa nova era de austeridade, devido à desaceleração no mercado global desta matéria-prima.
O jornal britânico “Financial Times” avançou que a presidente da Petrobras, Maria da Graça Foster, informou que as negociações para a venda dos activos no Golfo do México se centram agora em três potenciais compradores e os acordos podem ser assinados no início de 2013.
“Estamos muito próximos de fechar o acordo”, comentou Graça Foster, que tem insistido em amplos cortes de gastos na companhia estatal brasileira, desde que assumiu o comando, em Janeiro. Graça Foster estima que os activos de exploração da Petrobras no Golfo valem oito mil milhões de dólares, esclarecendo que a companhia está pronta para vender uma fatia entre quatro mil milhões e seis mil milhões de dólares, esperando abrir mão do controlo de alguns blocos.
Embora não tenha citado quem são os possíveis compradores, a imprensa menciona como potenciais interessadas as empresas Shell, Exxon, Chevron e BP.
Os recursos levantados com essas vendas devem ser dirigidos para o desenvolvimento das reservas de petróleo “offshore” no Brasil, que já consumem boa parte dos 236,5 mil milhões de dólares em investimentos previstos pela companhia para os próximos quatro anos. Além disso, o dinheiro deve atenuar as preocupações com o desempenho da Petrobras, que teve prejuízo no segundo trimestre deste ano, numa primeira avaliação negativa em 13 anos. De acordo com o “Financial Times”, os lucros da Petrobras também estão a ser pressionados pelo aumento nos custos operacionais, devido às rígidas exigências de componentes locais nas plataformas e navios.
Outro factor é o controlo que o governo exerce sobre os preços dos combustíveis. Embora tenha conseguido aumentar um pouco os preços da gasolina e do gasóleo vendidos às refinarias em Junho, a multinacional brasileira precisa ainda de importar petróleo para atender à procura doméstica.
“A convergência dos preços locais e internacionais é extremamente importante, mais ainda quando se considera a dimensão dos nossos investimentos”, comentou Graça Foster.