Na última mensagem à nação cabo-verdiana, como Chefe de Estado, por ocasião do 36.º aniversário da independência nacional, Pedro Pires lembrou que em 1975 o país partiu de uma situação “dramática, de muita carência e ameaça de fome” e foi conseguindo ganhos, num percurso de “coragem e perseverança”.“Daí deriva o grande valor da obra que realizámos, de 5 de Julho de 1975 até aos dias de hoje. Este percurso de esperança, de perseverança e de autoconfiança deve continuar a inspirar-nos e a ser o suporte moral que nos assiste na concepção e na execução das pesadas e complexas tarefas que o futuro nos reserva”, disse.
Para que haja, nas circunstâncias actuais, crescimento económico e prosperidade, afirmou, “é melhor participar na criação de condições para a geração de mais e melhores empregos em vez de exigir mais rendimentos sem produzir mais, o que é insustentável”.
Pedro Pires discursava perante os órgãos do Estado e mais de uma centena de convidados, entre eles o Presidente timorense, José Ramos-Horta.
Para continuar o percurso traçado ao longo dos 36 anos de independência, referiu, todos são chamados a contribuir para aumentar a competitividade da economia.
“Para ganhar em competitividade, é preciso interiorizar que não há milagres nessa matéria, é preciso trabalhar mais e melhor e aumentar assim a produtividade real”, salientou. A par do aumento da competitividade, disse, é necessário criar um ambiente de negócios atractivo e seguro, infra-estruturas modernas e maior disciplina laboral.
Apesar dos ganhos já alcançados, sublinhou, é necessário o reforço das instituições democráticas com uma atenção particular às áreas consideradas sensíveis, como a justiça e a segurança pública, as instituições de regulação e fiscalização.
O Chefe de Estado cabo-verdiano admitiu serem preocupantes as diversas facetas da crise em várias economias, algumas parceiras de Cabo Verde. “A actual situação chama-nos à reflexão e prevenção, requer de nós a valorização dos recursos nacionais e a adopção de medidas adequadas e pertinentes, pois a nossa economia, além de insular e pequena, talvez por isso mesmo, é mais frágil e sensível a choques externos”, alertou.
Fonte: Jornal de Angola