O movimento islamita Hamas acusou ontem a Grécia de colaborar e apoiar o bloqueio israelita contra a faixa de Gaza ao impedir a partida dos navios com ajuda humanitária dos seus portos e por ter também abordado um outro no alto mar.
“Impedir a partida de navios com ajuda não é só desumano como também significa que colabora com Israel na imposição do bloqueio”, disse Ismail Radwan, um dos dirigentes do movimento em Gaza. Segundo Radwan, a decisão da Grécia é uma “conspiração” e uma “vergonha” e “viola o direito internacional”.
As autoridades gregas confirmaram na sexta-feira a proibição da saída dos seus portos dos navios, baseando-se no artigo 128 do Direito do Mar, que justifica a proibição pela existência de uma situação de guerra ou de tensão bélica.
Dezenas de navios de organizações de 20 países e cerca de 500 pessoas procedentes de pelo menos 45 nações têm a intenção de romper o embargo naval de Israel contra a faixa de Gaza.
“Após a decisão do ministro para a Proteção dos Cidadãos, Christos Papoutsis, a partida de navios de bandeira grega e estrangeira dos portos gregos em direcção à área marítima de Gaza fica proibida”, informou o comunicado da Guarda Litoral divulgado em Atenas.
Apesar da proibição, um navio com bandeira americana, o “The Audacity of Hope”, com dezenas de americanos a bordo, conseguiu zarpar do porto de Atenas , mas a Guarda grega o interceptou a duas milhas do litoral.
“Chegaram com armas automáticas. Dava medo. Vinham prontos para uma batalha”, disse à imprensa local Haguit Borer, um israelita de origem americana que estava a bordo do Audacity.
Radwan assegurou que a ordem da Grécia de proibir a saída dos navios se deve a “pressões israelitas”. Nos últimos dias, os activistas denunciaram sabotagens para atrasar a saída dos navios em direcção ao território palestiniano, onde a chegada era aguardada antes do fim-de-semana.
Fonte: Jornal de Angola