Desertores do partido governista de Emmanuel Macron anunciaram a criação de um novo grupo na câmara baixa do Parlamento da França nesta terça-feira, deixando o presidente sem uma maioria absoluta e aumentando a pressão por mais políticas de esquerda.
Sete parlamentares estão rompendo com a República em Marcha (LREM) de Macron para se juntar ao novo grupo “Ecologia, Democracia, Solidariedade”, que terá 17 membros do Legislativo em suas fileiras.
Isso significa que agora o partido de Macron só conta com 288 parlamentares, um aquém de uma maioria absoluta e bem menos do que os 314 que o presidente tinha ao reformular a paisagem política em 2017.
Mas 17 parlamentares são menos do que os 58 que reportagens insinuavam no início deste mês, o que indica que os líderes do partido conseguiram conter a sangria.
“A pressão do Executivo, do partido e do grupo foi tal que tivemos que adiantar o anúncio”, disse um desertor à Reuters. “Muitos acabaram decidindo não dar esse salto.”
A sigla de Macron, formada para levá-lo à Presidência em 2017, já havia sofrido uma série de deserções de parlamentares frustrados por sua centralização na tomada de decisões e por suas políticas pró-mercado.
Macron ainda pode contar com o apoio de um parceiro de aliança minoritário, o MoDem de centro, mas a aritmética pode dar a esta legenda mais influência na formulação de políticas nos últimos dois anos do mandato de Macron.