A União Europeia pediu à Grécia nesta terça-feira uma carta se comprometendo à aplicação do plano de ajuda votado na semana passada pelos europeus. O documento deverá ter a asssinatura do premiê Georges Papandreou, de seu sucessor, do ministro das Finanças, do líder da oposição e do diretor do banco central.
O compromisso grego por escrito seria uma das condições para a liberação da sexta parcela do pacote votado pelos europeus em 2010, de cerca de 8 bilhões de euros, necessário para o pagamento do juros da dívida soberana. Caso contrário, o país poderá decretar moratória, com consequências drásticas para economia europeia e do bloco. Nesta segunda-feira, durante a reunião do Eurogrupo, os representantes da zona do euro já haviam feito a sugestão de um engajamento por escrito dos dois principais partidos gregos, que tentam chegar a um acordo sobre a formação de um novo governo.
A União Europeia aumenta, desta forma, a pressão para que a Grécia forme rapidamente um governo de coalizão e ratifique o novo pacote. No país, as negociações para definir o nome do novo primeiro-ministro continuam. O nome mais cotado é o do economista Lucas Papademos, ex-responsável do Banco Central Europeu. De acordo com a imprensa grega, para aceitar o cargo ele teria exigido o controle do Ministério das Finanças, dirigido atualmente por Evangelos Venizelos. Papademos também seria contrário à convocação de novas eleições legislativas em fevereiro.
Uma das dificuldades para se obter um acordo é que os partidos de direita estariam reticentes em votar mais medidas impopulares, previstas no plano de austeridade. Nesta terça-feira, o premiê Georges Papandreou pediu a demissão de seus ministros. Segundo a TV pública, ele deve apresentar sua própria demissão e a de seu gabinete ao presidente Carolos Papoulias ainda hoje. O premiê e o líder da oposição, Antonis Samaras, chegaram a um acordo sobre a formação de um governo provisório neste domingo, que permitirá a votação de emendas legislativas necessárias para a implantação do novo plano europeu. O pacote, de 130 bilhões de euros, também prevê o perdão de 100 bilhões da dívida grega, que atinge 350 bilhões de euros.
Taíssa Stivanin
Fonte: RFI
Foto: REUTERS/www.papandreou.gr/Handout