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    Papa Francisco alerta para “crueldade” de situação de migrantes em Itália

    O Papa Francisco defendeu esta sexta-feira que a situação dos migrantes em Itália revela “crueldade”, o início de uma viagem à cidade francesa Marselha, onde se encontrará com o Presidente Emmanuel Macron.

    Referindo-se ao aumento do desembarque de refugiados na pequena ilha italiana de Lampedusa, o Papa disse que a condição em que vivem muitos migrantes é “uma crueldade, uma terrível falta de humanidade”.

    “Eles mantêm-nos em campos de concentração líbios e depois atiram-nos ao mar”, acrescentou o Pontífice, olhando para a foto de uma mãe migrante com o seu filho e prometendo que a questão das migrações será um dos temas principais nesta sua visita a França.

    “Espero ter a coragem de dizer tudo o que quero dizer”, confessou Francisco, já depois de ter aterrado em Marselha, no início da sua visita que se prolonga pelo fim de semana.

    Os migrantes que chegam agora a Itália são transportados na sua maioria por traficantes da Tunísia, depois de a situação na Líbia, devastada pela guerra, se ter tornado demasiado difícil, mesmo para a operação de gangues criminosos.

    Marselha é há séculos um ‘caldeirão’ multiétnico e multirreligioso, e na visita espera-se que Francisco defenda que o Mediterrâneo seja um lugar de acolhimento para os migrantes.

    O apelo surge numa altura em que alguns países da Europa recorrem cada vez mais a muros nas fronteiras, a repatriamentos e há suspeitas de bloqueios navais para impedir a entrada de novo fluxos de refugiados.

    Francisco vai presidir à sessão de encerramento de uma reunião de bispos católicos do Mediterrâneo, mas a sua visita de dois dias tem como objetivo enviar uma mensagem muito além dos católicos, que abranja toda a Europa e norte de África.

    Depois de uma oração na basílica de Marselha, o Papa irá rezar num monumento dedicado àqueles que morreram no mar – um número estimado em mais de 28 mil desde 2014, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

    Francisco, que tem lamentado, em várias ocasiões, que o Mediterrâneo se tenha tornado “o maior cemitério do mundo”, confirmou a sua visita há meses, mas esta acontece precisamente num momento em que a Itália enfrenta mais uma vez um número crescente de migrantes que partem em frágeis barcos vindos da Tunísia.

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