A falta de uma declaração do Quarteto para pressionar israelitas e palestinianos a retomarem as negociações é “mais uma razão para comparecer na ONU” para solicitar a entrada como membro da organização internacional, manifestou ontem o chefe negociador palestiniano, Saeb Erekat, à agência EFE.
“Ninguém vai impedir que recorramos à ONU. Há mais de 150 países que já nos reconheceram e vamos continuar com o nosso objectivo sem sucumbir a nenhuma pressão. É nossa decisão final que consultaremos os nossos irmãos árabes na próxima reunião do comité de acompanhamento da Liga Árabe”, acrescentou Erekat.
O Quarteto para a Paz no Médio Oriente (formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU) reuniu-se segunda-feira em Washington para unificar posturas antes de Setembro, altura em que a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) pretende levar a sua solicitação à ONU, um ano após o início do fracasso do processo de paz impulsionado pela Casa Branca.
Os membros do Quarteto consideraram que é necessário “mais trabalho em privado” com as partes envolvidas para “preencher as lacunas existentes” antes de pronunciar uma declaração conjunta.
Os participantes na reunião – a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a alta representante europeia, Catherine Ashton, o Secretário-Geral da ONU, Ban ki-Moon, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e o enviado do Quarteto e ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair – continuaram ontem a debater uma fórmula para levar a paz à região.
Antes da reunião de segunda-feira, em Washington, o chefe negociador palestiniano tinha exortado o Quarteto a obrigar Israel a cumprir os princípios da solução de dois Estados e a cessar a ampliação dos assentamentos judaicos em território palestiniano ocupado.
Fonte: Jornal de Angola