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    “Onda de envenenamentos” preocupa jornalistas independentes russos

    Jornalistas russos independentes denunciaram o ambiente de insegurança que sentem ao exercer a profissão, temendo a “onda de envenenamentos” que se tem registado contra profissionais da imprensa e ativistas da Rússia.

    No Harriman Institute da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque, Galina Timchenko – cofundadora, CEO e editora da Meduza, o maior meio de comunicação independente russo publicado em russo e inglês – e Ivan Kolpakov – editor chefe da Meduza – falaram dos desafios que enfrentam para transmitir notícias dentro da Rússia, apesar da forte propaganda do Kremlin.

    Em resposta a uma questão da agência Lusa sobre os perigos de exercer jornalismo independente na Rússia, Ivan Kolpakov assegurou que esses perigos não estão limitados às fronteiras terrestres do país, multiplicando-se os casos de jornalistas russos atacados no estrangeiro.

    “Na Rússia é proibido ser jornalista independente. Vamos para a prisão se fizermos jornalismo independente, basicamente. Então, se alguém trabalhar para a Meduza, pode ser preso porque está trabalhar para uma organização que foi considerada ‘indesejável’. Ou pode ir para a prisão porque é ‘traidor do Estado’, ou porque está a violar uma lei sobre ‘divulgação de informação sobre o exército russo'”, explicou.

    “Mas ser jornalista russo não é seguro mesmo que você não esteja na Rússia. Talvez já tenham ouvido falar que a nossa repórter Elena Kostyuchenko foi envenenada na Alemanha no ano passado. Há uma onda de envenenamento de jornalistas e ativistas russos neste momento na Europa. Portanto, infelizmente, não é seguro ser jornalista russo em lugar nenhum”, afirmou o editor chefe da Medusa, que está agora sediada em Riga, capital da Letónia.

    A jornalista dissidente russa Elena Kostyuchenko viajava de comboio para Berlim em outubro passado, quando adoeceu abruptamente, num caso que levou as autoridades alemãs a investigar uma suspeita de tentativa de envenenamento.

    A mulher de 35 anos – que deixou a Ucrânia depois de ter sido informada de que unidades chechenas em postos de controlo russos receberam ordens para matá-la – foi uma entre três jornalistas russos exilados que adoeceram com sintomas de envenenamento em capitais europeias durante o mesmo período, segundo o ‘site’ de investigação The Insider.

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