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    Ocidente congela cooperação militar com Afeganistão

    As forças internacionais no Afeganistão suspenderam as operações conjuntas de combate com o exército e a polícia locais. A causa são os numerosos casos de ataques a militares ocidentais por parte de seus colegas afegãos e atos de terrorismo e cumplicidade de que também são suspeitos os militares e policiais locais. Praticamente isto indica a falência da política de edificação de um estado renovado no Afeganistão, sob a direção dos EUA e seus aliados.

    Nos últimos tempos as agências noticiosas informam quase que todos os dias sobre incidentes sangrentos, durante os quais agentes da polícia e do exército nacional do Afeganistão fuzilam pelas costas ou à queima-roupa seus “companheiros de armas” da composição dos contingentes militares dos países da coligação ocidental. Exatamente dois dias antes da decisão tomada pela direção da OTAN, acima citada, um afegão com farda de policial, matou a tiros dois soldados britânicos na província de Guilmend. E no mesmo dia na província de Zabul outro policial afegão matou quatro militares americanos e feriu mais dois. Desde o início deste ano – segundo dados da agência de noticias CNN, em semelhantes incidentes, morreram no total mais de 50 soldados das forças de coligação.

    Nos meios de informação do mundo já surgiram previsões relacionadas com o fato de que semelhante desenvolvimento dos acontecimentos é capaz de levar à aceleração do plano de retirada de tropas ocidentais do Afeganistão. O vice-diretor do Instituto dos EUA e Canadá, Pavel Zolotariov não prevê, entretanto, mudanças radicais desse plano.

    “Isto era de se esperar, e não podia ser diferente. Pelo visto os americanos sentem o mesmo que sentimos nós durante a interação com as tropas governamentais afegãs. Nem sempre elas agiram como nossas aliadas. Mas, em todo caso, o processo de preparação para a retirada de tropas prossegue. E é pouco provável que a decisão tomada acelere mais o prazo dessa retirada”.

    Segundo informações do canal de televisão britânico Sky News, o comando das forças da OTAN determinou cessar, a partir de 18 de setembro, as operações conjuntas com o exército e as forças de segurança afegãos a nível de pequenos destacamentos. O chefe do Pentágono, Leon Panetta, qualificou os casos frequentes de ataque de policiais e soldados afegãos a seus colegas ocidentais de “últimas convulsões” dos talibãs que se infiltram nas fileiras do exército nacional. E isto é compreensível. É difícil para o parceiro maior da OTAN, que declarou há 11 anos guerra ao terrorismo mundial e entrou no Afeganistão à frente das tropas da coligação ocidental, admitir hoje os lamentáveis resultados dessa “incursão”. Sobretudo porque, segundo a distribuição de papeis na aliança, justamente os americanos respondem pela formação de quadros para a polícia afegã e forças de segurança. As últimas deverão assumir toda a plenitude da responsabilidade pela situação no país, depois da saída das forças da coligação em 2014. Com isto foram justamente os EUA que tiveram a iniciativa da redução de operações conjuntas com o exército e polícia afegãos. É verdade que, como declarou o comandantes em chefe das tropas aliadas no Afeganistão, general John Allen, a limitação será parcial. Algumas operações não serão canceladas.

    Possivelmente, depois do enfraquecimento das estruturas de força oficiais no Afeganistão as organizações radicais intensificaram sua atividade. Isto pode ocorrer não imediatamente, mas não se pode excluir a possibilidade de tal roteiro – considera o professor Vladimir Plastun.

    “É duvidoso, naturalmente, que a Al-Qaeda conseguirá se fortalecer hoje no Afeganistão. Mas isto apenas neste momento. As estruturas correspondentes continuam na região e esperam sua hora. Em seus planos está não apenas o Afeganistão. Não se pode esquecer que justamente nos tempos da Al-Qaeda e talibãs surgiu a ideia de criação de emirado islâmico no vale de Fergana e em outros locais.”

    Em face disto na Europa soam cada vez mais alto vozes sobre a revisão, não apenas das missões da OTAN, semelhantes à afegã, mas também do próprio papel da aliança no mundo moderno. Há dias o general francês e correligionário do presidente François Holland, River, declarou que a estratégia do bloco militar reflete exclusivamente os interesses dos EUA em sua versão depois de 11 de setembro de 2001.

    Fonte: VR

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