Paulo Portas, que falava à Lusa e RTP no final de uma visita trabalho de algumas horas a Luanda, salientou a importância do mercado angolano para as empresas portuguesas.
“O mercado angolano é o primeiro fora da Europa para as nossas empresas, que fazem aqui uma aposta muito importante, que fazem aqui investimentos significativos e que ao ter uma posição importante em Angola estão a proteger postos de trabalho na retaguarda, em Portugal”, frisou.
O comentário de Paulo Portas vem na sequência de declarações proferidas há semanas pelo ministro de Estado e da Coordenação Económica angolano, Manuel Vicente, segundo o qual Angola não iria para já reforçar os investimentos no tecido produtivo português.
“Angola é um país cujo crescimento económico é enorme. Tem uma prioridade importante que é fazer com que esse crescimento signifique também uma melhor distribuição. Tem inúmeros planos nas áreas económica e social para o território angolano e na internacionalização, Portugal foi, é e será importante, como se vê todos os dias pelos factos”, salientou Paulo Portas.
As relações entre Portugal e Angola “são boas” e “podem ainda ser melhores, sempre numa perspetiva duplamente ganhadora. É preciso que os interesses de Portugal em Angola sejam defendidos e é preciso que os investimentos de Angola em Portugal sejam protegidos”, disse.
“Há muitas empresas portuguesas presentes no mercado angolano: grandes, médias e pequenas, e há inúmeros planos para o futuro de Angola onde a participação das empresas portuguesas é relevante e hoje em dia é muito significativa, em setores importantes, a entrada de capitais angolanos em Portugal”, acrescentou.
O chefe da diplomacia portuguesa, que regressa ainda hoje a Lisboa, chegou de manhã a Luanda para uma visita de algumas horas, no decurso das quais foi recebido pelo Presidente José Eduardo dos Santos e pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Feijó.
O encontro inicialmente previsto com o ministro Manuel Vicente foi anulado, por o governante não se encontrar na capital e estar em visita de trabalho ao interior de Angola.
Nesta deslocação a Angola, os contactos de Paulo Portas com as autoridades angolanas assentaram no reforço e consolidação das relações económicas bilaterais e na conjugação de esforços, no plano multilateral, para encontrar uma solução para a situação na Guiné-Bissau.
A este respeito, o ministro português destacou a convergência de pontos de vista relativamente à posição adotada para com a situação política resultante do golpe de estado de 12 de abril naquele país, e que será alvo de especial atenção na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa CPLP), a realizar em julho, em Maputo.
FONTE: lUSA