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    “O que não temos é uma indústria organizada, mas é um processo” – Kayaya Júnior

    Kayaya Jr. interpreta Artur, actor principal na série “Njila”, que estreou no dia 25 de Setembro no Canal Kwenda Magic, um exclusivo da DStv. A trama foi gravada em Luanda com o Cazenga como pano de fundo. A co-produção é da Geração 80 e da Muanda Produções. Kayaya Jr. está entusiasmado por voltar às telas e defende que nos últimos cinco anos o mercado absorveu muita produção.

    Volta às telas na série Njila. Como surgiu o convite?

    O convite surgiu a partir da Geração 80, numa conversa com o Jorge Cohen em que me foi colocado o desafio de interpretar o personagem, que tem uma presença muito forte na série, embora não esteja muito tempo no ar, mas é um personagem que marca toda a trama.

    Teve que fazer laboratório?

    Precisei fazer alguma pesquisa sobre o personagem, como é normal acontecer, para saber o biótipo do personagem. Em termos visuais estou diferente do que estava na altura das filmagens, tinha a barba maior. Fiz ligeiras mudanças. Mas digo já que estou disponível para novas propostas de trabalho.

    O que há em comum entre o Kayaya Jr. e o Artur?

    O personagem vive determinados problemas, na verdade ele é um pouco o reflexo que temos na nossa sociedade. Mas a única coisa que me liga ao Artur, enquanto personagem, é a questão de ele ser preocupado com a família e eu também. Tudo o resto não tem nada a ver comigo. É um personagem misterioso, que sustenta a família com base nestes negócios nebulosos. Infelizmente temos muito disto na nossa sociedade: os novos-ricos que não sabemos de onde vem esta riqueza.

    Qual é a sensação de voltar a contracenar?

    É interessante porque já voltei a representar, de forma lenta, há uns quatro anos, quando contracenei na peça teatral da Neide Van-Dúnem “Casamento por empréstimo”, depois o “Escrava da cama” com a Celma Pontes e agora apareceu esta oportunidade de fazer a Njila. Depois da Njila já gravei mais cenas para uma outra produção, SICA, uma produção do Dito. Para mim é sempre um prazer porque sempre tive muito gosto em representar.

    Mas não representou durante muito tempo…

    Sim, por questões profissionais e porque também não existia uma produção contínua. Lembro-me que a última vez que trabalhei como produtor, apesar de fazer uma participação rápida como actor, foi em “Caminhos Cruzados”. Hoje a dinâmica das produções é diferente e acredito que vão surgir outras oportunidades para o nosso cinema, para o nosso audiovisual.

    A novela chega pouco tempo depois de ter estado no Dubai, na Expo. Teve tempo para descansar?

    Passei sete meses fora enquanto estive no Dubai. Quanto à novela, já tínhamos algumas conversas, mas não tínhamos fechado nada em 2021, sobre a possibilidade se fazer alguma coisa e agradeço confiança da Geração 80 pela oportunidade.

    O que representa mais uma produção no mercado?

    Fico muito satisfeito, enquanto profissional desta área e angolano, porque precisamos desta dinâmica, precisamos de mais produções, mais iniciativas do género desta que está a decorrer e que tenha continuidade para que realmente possamos buscar uma qualidade melhor e termos conteúdo angolano.

    E como estamos em termos de produções no País?

    Acredito que nestes cinco anos as coisas começaram a se movimentar e temos muita produção a acontecer. O que é muito bom para todos nós.

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