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    Novas medidas sanitárias em França provocam descontentamento nas cidades

    As reacções às novas medidas, decretadas pelo executivo francês perante a progressão de casos de Covid-19, são múltiplas através do país e incluem tanto os meios políticos da oposição como os círculos empresariais ligados aos sectores da restauração. Estes últimos consideram ser discriminados, pelo facto de serem apontados como os principais vectores da propagação da epidemia.Os autarcas das cidades de Paris e Marselha contestam as novas restrições aplicadas pelo governo francês, que também suscitam dúvidas nos meios científicos.

    A oposição francesa denunciou nesta quinta-feira a falta de concertação, que ela qualifica de “inadmissível”, da parte do governo, depois do endurecimento das restrições impostas às principais cidades do país, perante o aumento de casos de Covid-19.

    Tidas como as mais espectaculares desde o fim do confinamento em França, no dia 11 de Maio, as novas medidas, tomadas pelo governo do Primeiro-ministro Jean Castex de forma a travar a progressão da crise sanitária em França, provocaram o descontentamento geral nos círculos políticos de Marselha, segunda maior cidade, onde os restaurantes e os bares vão ter que encerrar a partir de sábado.

    Segundo Michèle Rubirola presidente da Câmara Municipal de Marselha e membro do partido Europa Ecologia-Os Verdes, o executivo francês decretou novas restrições sem ter previamente consultado os autarcas, o que para ela é “inadmissível”.

    Em Paris, a socialista Anne Hidalgo estimou que o encerramento dos bares às 22 horas, bem como dos centros de fitness na capital francesa a partir de segunda-feira são medidas “dificilmente compreensíveis”, que foram decididas sem nenhuma concertação.

    Hidalgo informou ter protestado formalmente junto do governo.

    A autarca de Paris apelou os habitantes da região parisiense a adoptarem a autodisciplina perante os novos casos de Covid-19, mas pediu também ao governo para que haja uma concertação com as autoridades locais sobre decisões que afectam os bares e os restaurantes, já fragilizados financeiramente.

    A Associação dos Autarcas de França (AMF) deplorou que ao renunciar em consultar os eleitos locais, o governo fragiliza a confiança entre as duas partes. O presidente da AMF, François Baroin, solicitou ao Primeiro-ministro Jean Castex, ex-membro do seu partido, Les Républicains, uma audiência com uma delegação da referida associação, de forma a discutir a gestão da crise sanitária nas regiões.

    O descontentamento não só no seio da oposição política, mas também dos círculos empresariais ligados à restauração em França, manifesta-se numa altura em que a direcção da Assistência Pública e Hospitais de Paris (AP-HP), anuncia que será obrigada a cancelar operações cirúrgicas, a partir do fim de semana, para enfrentar o afluxo de pacientes do coronavírus aos serviços de cuidados intensivos.

    Segundo o director-adjunto da Assistência Pública e Hospitais de Paris, François Crémieux, o número de hospitalizações por Covid-19, actualmente de 330, poderá atingir 600 daqui ao final de Setembro, nas unidades de tratamentos intensivos.

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    FonteRFI

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