O Myanmar enfrenta amanhã nas urnas um teste decisivo à abertura democrática, em pleno dia primeiro de Abril.
Depois da libertação de centenas de prisioneiros políticos, entre os quais a líder histórica da oposição e pela primeira vez candidata, o novo governo civil, ainda sob influência dos militares, prossegue o processo de democratização sob pressão internacional.
Nos cartazes dos 17 partidos que concorrem ao sufrágio, nove incluem a palavra democracia no “slogan” e oito a palavra “nacional”.
Os eleitores birmaneses mostram-se otimistas:
“Esta eleição é importante não só para mim como para o país pois pode melhorar a situação”.
“A economia vai desenvolver-se e isso vai trazer muitas vantagens para a população”
“Este sufrágio vai permitir abrir a economia birmanesa ao mundo e isso vai trazer muitas mudanças”.
No epicentro da ambicionada mudança ao final de 50 anos de regime militar, encontra-se a opositora histórica e líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi.
Suu Kyi que se apresenta pela circunscrição de Kawmoo, onde enfrenta um médico e ex-militar do partido governamental, tinha ontem denunciado várias irregularidades durante a campanha e o processo de registo dos candidatos.
A eleição deverá permitir uma vitória simbólica à oposição, uma vez que decide a distribuição de apenas 45 dos mil lugares do parlamento controlados pelo partido do governo, formado na sua maioria por ex-militares.
Num novo sinal de abertura, desta feita económica, o banco central birmanês anunciou que vai introduzir na segunda-feira um novo sistema monetário, com a indexação do kyat ao dólar.
Fonte: Euronews