A necessidade da criação de uma representação da UNAC (União Nacional dos Artistas e Compositores) na província do Namibe é apontada como uma urgência por vários artistas locais, para uma melhor valorização das artes locais.
O músico Cândido Ananás, que tem sido apontado como o número um da UNAC no Namibe, refere que apesar das dificuldades que os artistas vivem, com a criação de uma filial da associação na província, estão melhor representados.
A música na província melhorou muito com o surgimento de novos valores, “como o Cangato, que lançou um disco que fez muito sucesso e continua a tocar”.
Raúl Pequenino, fundador da banda “Odisseia”, considera que o projecto da UNAC para atribuição da carteira profissional aos músicos e outros artistas, é uma grande iniciativa, há muito esperada, e que vai contribuir para que sejam distinguidos no exercício das suas actividades. A falta de espectáculos, instrumentos musicais e de uma representação da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) são as grandes preocupações dos músicos na província do Namibe. “A nossa classe está praticamente marginalizada, a partir deste projecto vai ser possível identificarmo-nos e os artistas vão ter outros apoios e também cumprir as suas obrigações e beneficiar de pensões quando põem fim à carreira”. Raul Pequenino refere que os artistas radicados na capital do país têm mais oportunidades, o que lhes permite gravar e lançar muitos discos e participarem em diversas actividades e espectáculos. “Acredito que este problema é vivido em todas as províncias, mas temos fé que com o novo projecto da UNAC, que visa valorizar mais os músicos, vamos poder dar passos significativos”.
Os músicos na província do Namibe sobrevivem, segundo Raul Pequenino, dos apoios que vão recebendo do Governo Provincial através da Direcção Provincial da Cultura, que de vez em quando, dá aos cantores e às bandas com instrumentos musicais, assim como alguns artistas plásticos locais.
Alguns empresários dão igualmente algum apoio, na promoção de espectáculos e na aquisição de equipamentos. “Podemos dizer ainda que estamos bem em termos de equipamentos, embora precisemos sempre mais, porque o que usamos já tem um certo tempo de duração. É sempre bom obter periodicamente novos equipamentos”, disse Raul Pequenino.
A Direcção Provincial da Cultura no Namibe tem registo de dez músicos e três bandas: Baía do Semba, Reflexos e Odisseia.