As potencialidades agro-pecuárias do município da Cela estão expostas desde ontem na feira agro-pecuária e comercial, no quadro da jornada comemorativa dos 41 anos da elevação de Wako-Kungo à categoria de cidade, a ser assinalada a 6 do corrente mês.
O corte da fita do certame coube ao vice-governador da província para a esfera económica, Mateus Alves de Brito que, em companhia de membros do seu gabinete, do administrador municipal da Cela, Isaías Bumba Luciano, de responsáveis dos sectores da agricultura, comércio e indústria e de outros convidados. As exposições das empresas agrícolas, como a sociedade de estudos e desenvolvimento industrial agrícola e comercial (Sediac, Sarl), vocacionada para a produção de milho, feijão, soja e outros, a Unaca, a Agroway, ligada à comercialização de máquinas, equipamentos e fertilizantes, fazenda agro-pecuária Inakungo e o gigante projecto Aldeia Nova mostraram aos governantes e população em geral as suas potencialidades na geração de bens e serviços e de empregos.
A Sediac, Sarl é outra aposta no relançamento da produção de grãos na região da Cela e da província. Com 200 trabalhadores, dos quais 150 efectivos e 50 eventuais, a Sediac espera colher no segundo ciclo, 13,5 toneladas de milho, 2,8 de soja, 600 toneladas de feijão e 110 de girassol. Os institutos de investigação veterinária, inseminação artificial, agronómica e médio agrário, implantados no município, mostraram bons indicadores de desenvolvimento.
Porém, foram manifestadas preocupações relativas à falta de quadros e de reagentes, esta última originando a paralisação do processo de análises de microbiologia do leite. A grande novidade da feira foi a participação, pela primeira vez, da “Rede Camponesa”, com início das actividades em Janeiro do corrente e inspirada a ajudar as comunidades rurais, com uma estrutura que engloba a rede dos associados, o sistema central de crédito, loja camponesa e operadores da loja camponesa. De acordo com o director executivo da rede, Walter Basílio, a rede camponesa é um agrupamento de empresas unidas, sob uma mesma marca e por interesses económicos comuns e vai responder às preocupações dos camponeses, nas vertentes de identificação e transportação dos produtos para os mercados solidários. No final da visita dos vários stands da feira, o vice-governador Mateus Alves de Brito elogiou a classe empresarial presente no certame, tendo afirmado que “o programa do Executivo de combate à fome e pobreza conta com uma classe empresarial forte que faz a leitura da conjuntura económica e social, nacional, regional e internacional”. Mateus de Brito reconheceu as dificuldades por que passam os empresários angolanos na obtenção dos créditos, mas apelou no sentido de estarem organizados em cooperativas que representem os interesses de todos.
in JA