O cabeça de lista do MPLA às eleições gerais, que terão lugar este ano, pode ser conhecido durante uma reunião do comité central dos camaradas, que terá lugar nos dias 16 e 17 do corrente mês.
Uma fonte da direcção do MPLA que confidenciou a informação ao Novo Jornal adiantou que nesta reunião será apresentada a lista dos candidatos a futuros deputados.
“O Comité Central do MPLA vai confiar mais um mandato ao camarada Presidente José Eduardo dos Santos, tendo em vista os seus feitos no que diz respeito ao desenvolvimento do país e no que tange à reconciliação dos angolanos, depois da paz alcançada em 2002”, afirmou.
Referiu que o MPLA vai injectar novo sangue no futuro parlamento, excluindo da lista 70 por cento dos deputados eleitos nas eleições de 2008.
Reforçando o voto de confiança no Presidente da República, o vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, afirmou que o Chefe do Estado tem sabido conduzir o povo angolano.
Falando ontem, na tradicional cerimónia de cumprimento do fim de ano, Roberto de Almeida, acrescentou que, à frente do Executivo, José Eduardo dos Santos vem somando grandes vitórias com realizações que estão patentes aos olhos de todos.
“Muitas dessas realizações tiveram a contribuição da maior parte do povo angolano e os benefícios que dele resultam, devem também em primeiro lugar recair no próprio angolano”.
Roberto de Almeida reconheceu que, este ano, o MPLA vai ser confrontado com grandes desafios, com a realização das eleições gerais.
Aquando da visita do primeiro-ministro português a Angola, Pedro Passos Coelho, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou que até Janeiro deste ano a situação em torno da escolha do cabeça de lista do MPLA para as próximas eleições “estaria esclarecida”.
Referiu, na altura, que a questão do cabeça de lista era “um assunto que estava a ser tratado internamente, a nível das instâncias partidárias”.
Nesta intervenção, José Eduardo dos Santos manifestou a intenção de liderar a lista do seu partido às eleições deste ano.
“Claro, como militante e velho militante do MPLA, estarei sempre disponível para cumprir qualquer missão”, explicou.
Na nova Constituição angolana, que entrou em vigor em Fevereiro de 2010, está previsto que o chefe de Estado seja o cabeça de lista do partido ou coligação que vencer as legislativas, pelo que não haverá eleições presidenciais.
Por outro lado, o Bureau Político do MPLA manifestou a sua indignação face à postura do semanário Folha 8 que, “reiteradas vezes, expõe, de forma abusiva, a imagem de altos dirigentes do Estado, dando-lhes um tratamento que extravasa os limites do tolerável, procurando a reacção dos visados, de modo a colocar-se cobardemente numa posição de vítima”.
“O Bureau Político do MPLA deplora o facto de o semanário Folha 8, na sua vã tentativa de protagonismo “doentio”, esquecer, deliberadamente, que o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa tem como limite o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, direitos estes de igual forma protegidos constitucionalmente”, lê-se numa declaração enviada ontem, aos órgãos da comunicação social.
Neste momento, segundo o mesmo documento, em que se preparam as 3ªs eleições, na história do país, depois de 1992 e de 2008, o Bureau Político enaltece o esforço de órgãos, quer públicos quer privados, que, com elevado espírito patriótico e alto sentido de responsabilidade, fazem, no dia-a-dia, um jornalismo com base na verdade, contribuindo para a democratização do país, o desenvolvimento e a reconciliação da família angolana.
O Bureau Político do MPLA exorta, os órgãos competentes do Estado a assumirem as suas responsabilidades, para que a liberdade de imprensa, constitucionalmente consagrada, não seja usada para atingir, sem qualquer pudor e estimulados por interesses inconfessos dos seus autores, direitos fundamentais dos cidadãos.
Fonte: NJ
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