O MPLA descarta qualquer responsabilidade na «maka» causada pela nomeação tida como ilegal da Dr.ª Susana Inglês para a presidência da Comissão Nacional Eleitoral, atirando a bola para o campo do Conselho Superior da Magistratura Judicial, ancorando-se na «independência» devida ao poder judicial, segundo declarações exclusivas ao Semanário Angolense do seu porta-voz, Rui Falcão Pinto de Andrade.
«O MPLA não tem nada a ver com este processo. A Dr.ª Suzana Inglês concorreu individualmente e o órgão competente para a promoção do concurso, o CSMJ, deliberou nos termos da Lei. Logo, o nosso partido, no estrito respeito pela independência dos tribunais e dos seus órgãos, cumpre as suas decisões e não interfere na sua gestão. O problema dos três partidos da Oposição (UNITA, FNLA e PRS) não é nosso.
Acataremos todas as decisões tomadas pelos órgãos do Estado competentes em razão da matéria. O MPLA vai continuar a fazer o que lhe compete: «Trabalhar para ganhar, de forma convincente, as próximas eleições», disse o porta-voz do MPLA, numa breve conversa que manteve com o Semanário Angolense nesta segunda-feira.
Dessas palavras se pode inferir que, a despeito da contestação dos partidos da oposição, assim como de outros sectores da sociedade, o MPLA vai avançar com o processo eleitoral, o que passa antes de tudo pela aprovação do que falta do pacote legislativo eleitoral, algo que o fará com ou sem o concurso dos demais partidos com assento parlamentar.
De resto, nesta quarta-feira, o MPLA acabaria por aprovar mesmo a legislação complementar à Lei Orgânica das Eleições Gerais apenas com os seus deputados da maioria mais que absoluta, a que se juntaram os dois da Nova Democracia, mas diante da ausência da trintena de parlamentares da FNLA, PRS e UNITA, que haviam anunciado já que não participariam da sua discussão e sancionamento caso o CMSJ mantivesse a sua decisão em relação à Dr.ª Susana Inglês como presidente da CNE.
Também se pode inferir que o MPLA estará disposto a caucionar uma ilegalidade – a nomeação irregular da Dr.ª Susana Inglês -, o que inquinaria desde já todo o processo eleitoral.
Fonte: SA