Mototaxistas e membros da sociedade civil no Namibe saíram este sábado às ruas de Moçâmendes em manifestação pacifica contra a subida do preço da gasolina. Setor inicia greve a partir desta segunda-feira (12.06).
Na província do Namibe, até ao momento, os mototaxistas não receberam os seus cartões para abastecimento no valor de 160 kwanzas (cerca de 0,22 euros).
É por isso que, a partir de amanhã (12.06), iniciam uma greve de dois dias para pressionar o governo, explica André Cassinda, responsável pela greve.
“O cartão vai beneficiar quem vive na cidade […]. Todo mundo está a abastecer com 300 kwanzas (0,42 euros). Ninguém ainda tem acesso para abastecer com o cartão que estão a prometer”, diz.
“Negociações pouco claras”
Antônio Joaquim faz o serviço de mototáxi há mais de quatro anos na província do Namibe e diz que as negociações entre a classe o governo não foram clarificadas.
“Quando o governo trabalha mal quem sofre é o povo […] nós sabemos que o nosso país tem muito petróleo, petróleo de sobra”, disse. “Só queremos o nosso preço anterior, ou então aumentamos também o nosso preço”, acrescentou.
Mateus Preludio, membro da sociedade civil, diz que o governo cometeu muitos erros e um deles foi não ter criado as condições para o atual reajuste no preço do combustível.
“Somos os que ‘apanham’ dos motoqueiros, não faz sentido. Primeiro, deveriam ser tirados os direitos aos políticos”, diz.
Povo é o principal prejudicado
“[Seria preciso] dialogar com a população para negociar uma subida [de preços] que não prejudicasse o povo, o principal lesado no aumento do combustível”, afirma.
O ativista e sociólogo Oseias Cachinde diz que é preciso pressionar o governo nas suas políticas, que considera “mal elaboradas”, numa altura em que a moeda angolana sofre uma depreciação e o custo de vida aumenta.
“A nossa missão é continuar a chamar a quem governa [para dizer-lhes] que as políticas públicas implementadas não correspondem às expectativas da população”, argumenta.
“E se não correspondem às expectativas da população, significa que alguma coisa está errada. É preciso que essas políticas públicas sejam alteradas”,conclui.
Por Adilson Liapupula