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    Morgan Stanley cortou previsões de lucro do Facebook antes da entrada em bolsa

    O Morgan Stanley, o banco que liderou a operação de oferta pública de venda do Facebook, cortou as estimativas de ganhos da empresa pouco antes da entrada em bolsa. A revisão em baixa foi comunicada apenas a alguns investidores, notícia a Reuters.

    Segundo fontes anónimas ouvidas pela agência noticiosa, o corte nas estimativas foi feito tanto em relação ao segundo trimestre deste ano, como aos lucros totais para 2012. E aconteceu em pleno período de apresentações aos potenciais investidores, nas semanas que antecederam a venda em bolsa.

    Um dos papéis dos bancos envolvidos neste género de operações é apresentar as acções da empresa prestes a ser cotada como um bom investimento, pelo que o corte foi visto como uma situação muito atípica.

    A revisão dos números apresentados pelo Morgan Stanley não foi tornada pública e a Reuters nota haver a possibilidade de ter sido comunicada apenas a um número reduzido de investidores institucionais, que poderão ter perdido o interesse pelas acções, contribuindo assim para a decepcionante estreia no Nasdaq. Dependendo dos contornos exactos da questão, a comunicação selectiva poderá ser ilegal.

    A presidente da SEC, o regulador da bolsa nos EUA, Mary Schapiro, reagiu à notícia afirmando haver “muitas razões para ter confiança nos mercados e na integridade com que funcionam”, mas disse existirem “assuntos para que precisamos de olhar, especificamente no que diz respeito ao Facebook”.

    A Goldman Sachs e a JP Morgan, os outros dois principais bancos envolvidos no negócio, também reduziram as estimativas. Os cortes seguiram-se a uma adenda do Facebook à documentação entregue ao regulador americano, feita a 9 de Maio, em que a empresa menciona que o tráfego do site está a crescer a um ritmo maior do que as receitas e que o acesso a partir de dispositivos móveis são actualmente um problema.

    “Se os utilizadores acederem cada vez mais aos produtos móveis do Facebook”, escreveu a empresa, “e se nós não formos capazes de implementar com sucesso estratégias de rentabilização dos nossos utilizadores móveis, ou se incorrermos em despesas excessivas neste esforço, o nosso desempenho financeiro e a nossa capacidade para aumentar as receitas serão afectados negativamente”.

    Esta semana, já um gestor de fundos tinha afirmado ao Wall Street Journal ter recebido na sexta-feira um lote de acções maior do que o esperado, tendo ficado “assustado” com a situação e vendido algumas com prejuízo.

    A cotação da empresa está em queda desde segunda-feira, após ter sido sustentada no dia de estreia precisamente por compras dos bancos que lideraram a operação.

    Fonte: OPUBLICO

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