A missão de Angola na Guiné-Bissau (Missang) está a começar em Bissau a reabilitação e construção de infraestruturas destinadas às forças de segurança, um projeto avaliado em 7,5 milhões de dólares (5,7 milhões de euros).
As obras deverão estar prontas em agosto e dos seis projetos a maior parte dos trabalhos já se iniciou e outros começam na próxima segunda-feira, como a construção de um Centro de Instrução da Polícia de Ordem Pública (POP), a obra mais cara e que será edificada na zona de Safim, a poucos quilómetros de Bissau.
Na mesma zona começaram também já as obras para a construção dos armazéns de logística das forças de segurança. Em Bissau decorrem igualmente as obras de “reabilitação completa” do edifício do Ministério do Interior e dos seus anexos, bem como as obras do Comissariado Geral da POP.
Angola começará em breve a construção, de raiz, das instalações da Polícia de Trânsito, e começou a reabilitação de edifícios onde será instalada a Polícia de Intervenção Rápida.
“A nossa previsão, na base dos concursos públicos, é a de que todas as obras têm uma periodicidade de seis meses e se tudo correr bem todas deverão estar prontas em agosto”, disse à Agência Lusa o responsável angolano pela área da cooperação policial na Missang, o sub-comissário Manuel Francisco Gonçalves.
O responsável adiantou que, além do apoio a nível de infraestruturas, a Missang está a prestar assessoria técnica e de formação de recursos humanos, em paralelo com Portugal, que também tem prestado apoio na área da formação e legislação.
“Temos também um processo ligado à logística, que vai fazer um diagnóstico da polícia, para que no futuro possamos dar apoio à POP”, acrescentou Manuel Francisco Gonçalves, salientando que a escolha das obras a serem feitas foi baseada no que o Governo da Guiné-Bissau considerou prioritário.
“Angola vai financiar as obras, o projeto, o mobiliário dos edifícios, e também fornecer fardamentos, medicamentos e viaturas para patrulhamento”, salientou o responsável.
De acordo com Manuel Francisco Gonçalves “é possível que depois Angola possa alocar mais fundos”.
Walter Álvaro, o arquiteto angolano responsável pelo conjunto das obras, também em declarações à Agência Lusa, salientou que todas as infraestruturas estão a ser feitas por empresas guineenses.
Para já, e enquanto o centro de formação vai agora começar a fase de terraplanagem, Angola fez deslocar para Luanda, “por questões logísticas”, 350 formandos guineenses, que dentro de seis meses deverão regressar a Bissau, com formação básica e especializada em áreas como trânsito, proteção a dirigentes ou segurança pública.
Na mesma altura, na estrada que liga Bissau ao aeroporto deverá ser inaugurada a nova direção de viação e trânsito, a edificar no local que agora apenas existem escombros, e o Ministério do Interior estará também reconstruído. Em Safim os campos de caju terão dado lugar a um centro de formação e a direção da polícia terá um edifício totalmente reconstruído. A telha portuguesa, ainda do tempo colonial, será aproveitada.
Fonte: Lusa