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    Ministra da Cultura realça magnitude da feira

    A ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, na condição de investigadora, realça que “os processos históricos que tiveram lugar na região do antigo estado do Ndongo, impulsionaram o desenvolvimento gradual de técnicas de navegação fluvial e de cabotagem, ao longo da costa, e permitiram a ligação entre os povos do interior e o litoral desta zona do continente.
    As transacções comerciais efectuadas na altura, percorriam os caminhos do Kwanza, no seu troço navegável, e chegavam até ao mar.
    Razões de carácter económico e político explicam tal movimento, sempre ao longo da faixa costeira, em direcção a outros territórios políticos, designadamente Soyo, Loango, e Mayombe.
    No Século XVI, o corredor do Kwanza vê chegar novos protagonistas que intervêm no processo político em curso. Alteraram-se, em consequência, os movimentos e dinâmicas preexistentes, promoveram-se, nas mesmas rotas, outros ritmos de transacções comerciais, ou melhor, cresciam os volumes e o tipo de mercadorias.
    O corredor do Kwanza promoveu, e facilitou, este novo movimento, pois as mercadorias que se transportavam nos “ndongo” eram, cada vez mais, dos filhos da terra que vão alimentar outros negócios nas Américas”, conclui a ministra.
    Podemos depreender, a concluir, que tal como Massangano, Muxima e Cambambe, Dondo constituía um dos principais centros da vida política e económica dos Mbundu, onde o tráfico de escravos dominou o comércio no decorrer dos séculos XV e XVI, sendo um importante centro de passagem de produtos de exportação, com destaque para o marfim, cera, café, algodão e borracha, que se tornaram num verdadeiro suporte dos rendimentos da coroa portuguesa.
    A importância histórico-cultural da realização da Feira do Dondo, além de responder à estratégia do Ministério da Cultura de descentralizar a acção cultural fora das grandes cidades, responde, pelo seu simbolismo, à necessidade de reconstituição da História, contribuindo para o conhecimento e valorização do património cultural, numa perspectiva claramente identitária, servindo, na contemporaneidade, outros desígnios.

    Fonte: Jornal de Angola

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