O ministro da Saúde e da Segurança Social defendeu hoje que o professor deve encontrar soluções alternativas ao uso da droga e fazer a ponte entre a escola e a família na resolução desta problemática.
Arlindo do Rosário falava à imprensa depois de presidir a cerimónia de abertura da formação nacional sobre a “Prevenção do uso de substâncias psicoativas para professores do ensino secundário”, a decorrer nas instalações da Direcção Nacional da Educação (DNE), na Cidade da Praia, até quinta-feira, 12.
Segundo o ministro, os dados do mais recente estudo efectuado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e Crime (ONUDC) “são preocupantes”, já que apontaram que cerca de 45% dos alunos inqueridos assumiram que tinham tido contacto com bebidas alcoólicas e cerca de 3% com marijuana, além dos cerca de 60% que disseram que já estiveram em situação de embriagues.
“São dados preocupantes e que demandam uma resposta que tenha em conta, não só os alunos que já usaram, mas também todos os outros”, afirmou o governante, sublinhando que “mais do que um mero transmissor do conhecimento, o professor deve ajudar a construir uma nova abordagem na procura de soluções alternativas ao uso da droga”.
Arlindo do Rosário defendeu, ainda, a construção de uma abordagem inclusiva para este tipo de problema, mostrando-se ciente que caberá ao professor, que não deve assumir-se como mero transmissor do conhecimento, entender a vivência dos alunos e das respectivas famílias, já que é uma ponte entre a família e a sociedade.
Por sua vez, a coordenadora da Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), Fernanda Marques, considerou também “preocupante” os resultados do estudo, já que se está a falar de menores, ressaltando que o trabalho feito pela escola deve contar com a participação de outros intervenientes, nomeadamente a comunidade e as famílias.
“Quando falamos de menores, a família tem um papel importante, por isso, é preciso reforçar a autoridade da família de uma forma positiva”, observou, precisando que o estudo mostrou que o primeiro contacto com as drogas e o álcool é feito em casa ou em casa de alguém conhecido, assim como nas discotecas.
Brava, Boa Vista e São Vicente são as ilhas onde os alunos têm mais acesso e que consumiam mais álcool e marijuana, conforme Fernanda Marques para quem a formação de hoje pode ajudar os professores a reforçar o trabalho com os estudantes, assim como promover habilidades sociais e pessoais dos mesmos para que possam melhor lidar com os desafios do dia-a-dia.
A formação de quatro dias visa capacitar e sensibilizar os professores do ensino secundário do país para a importância de trabalhar a questão da prevenção do uso do álcool e outras drogas na escola numa perspectiva integrada e de promoção de saúde e dotá-los de conhecimentos científicos e técnicos que permitem-lhes desenvolver acções preventivas.
Promovida pela CCAD, a acção formativa, que conta com a participação dos professores de todas as escolas do o ensino secundário do arquipélago, tem a parceria da DNE e ONUDC. (Inforpress)