Terça-feira, Abril 30, 2024
13.8 C
Lisboa
More

    Milícias da Bahia aproveitam greve da polícia para matar sem abrigo e toxicodependentes

    Toxicodependentes, sem abrigo, pequenos criminosos, rivais. Os indesejados dos bairros periféricos de Salvador, a principal cidade do estado nordestino da Bahia, estão a aparecer mortos nas ruas.

    São assassiandos pelas milícias a soldo dos comerciantes e dos traficantes de droga, revelou o director de Homicídios e Protecção à Pessoa daquele estado, Arthur Gallas, ao jornal Folha de São Paulo.

    De acordo com Gallas, 38 das 157 pessoas assassinadas na região metropolitana de Salvador desde o início da greve da polícia, a 31 de Janeiro, foram mortas por milicianos. “Estes grupos estão a aproveitar a greve, que reduz o policiamento, para ‘limpar’ a área e matar quem os está a incomodar”, disse.

    A greve da Polícia Militar da Bahia (no Brasil, o trabalho desta polícia equivale ao PSP portuguesa) levou para as primeiras primeiras páginas dos jornais a fragilidade deste corpo de segurança, na Bahia e não só. Não têm treino adequado às funções e são mal pagos — sendo o aumento salarial e a melhoria das condições de trabalho as principais reivindicações dos grevistas na Bhaia e no Rio de Janeiro (nesta cidade, os bombeiros juntaram-se à paralisação).

    Os parcos rendimentos, aliados a uma cultura de corrupção — na Bahia acrescenta-se à lista o baixo investimento do Governo estadual na segurança —, fazem desta polícia uma fonte de problemas; muitos integram eles próprios as milícias.

    A greve na Bahia está a perder força. O comandante da Polícia Militar bahiana, Alfredo Castro, disse na sexta-feira que 85% dos efectivos (32 mil homens) já retomara funções e declarou a greve encerrada — os que não regressarem ao trabalho terão falta, disse. Os líderes da greve fizeram saber que não é assim: a paralisação continua e querem agora também uma amnistia para os 12 grevistas com mandato de prisão. A Presidente Dilma Rousseff excluiu essa possibilidade dizendo que o perdão daria ao Brasil uma imagem de “país sem lei” — em 2014 é lá que se realiza o Campeonato do Mundo de Futebol e, dois anos depois, são os Jogos Olímpicos.

    No Rio de Janeiro, a greve não teve a adesão esperada pelos organizadores.

     

    Fonte: Publico

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    UE lança reflexão para rivalizar com o vasto plano de investimento global da China, especialmente em África

    O financiamento do Global Gateway da UE tem sido “muito disperso” e deve ser concentrado se quisermos ter alguma...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema